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Queimadas provocam intensa poluição do ar em Manaus

Fumaça das queimadas viaja rapidamente e afeta a qualidade do ar na capital amazonense

(Foto: Junio Matos)

Manaus tem enfrentado nas últimas semanas uma crise de qualidade do ar devido à intensa fumaça gerada pelas queimadas em Iranduba, Careiro da Várzea e Autazes, pricipalmente. Os focos de incêndio nessas regiões têm causado impactos diretos na saúde da população e gerado preocupação entre os moradores.

De acordo com dados do Serviço de Proteção da Amazônia (Sipam), por meio do Painel do Fogo, a fumaça das queimadas em Iranduba, no distrito de Cacau-Pirêra, tem se propagado a uma velocidade alarmante, percorrendo sete hectares por hora desde a última segunda-feira. Isso explica a forte propagação da fumaça sobre Manaus na noite desta quarta-feira, e manhã de quinta, onde a qualidade do ar atingiu níveis considerados péssimos, com índice de poluição ultrapassando os 200 pontos, que atinge a região da orla do Rio Negro e Amazonas, conforme apontado pelo Selva App, um serviço de monitoramento de poluição do ar desenvolvido pela Universidade do Estado do Amazonas (UEA).

Além de Iranduba e Careiro da Várzea, que têm registrado focos de queimadas de forma contínua desde o início do mês, o município de Autazes, localizado a pouco mais de 100 quilômetros de Manaus, concentra o maior número de pontos de queimada há pelo menos duas semanas. Até o momento, as autoridades ambientais não se pronunciaram oficialmente sobre a origem da fumaça e quais medidas estão sendo adotadas para reverter o quadro de poluição que afeta uma população de mais de 2 milhões de habitantes.

A umidade do ar na região está em apenas 28 pontos, apresentando uma queda de 96% em relação ao mês de agosto, quando a intensidade da estiagem e da seca começou a se agravar em várias partes do Amazonas, de acordo com dados do Instituto Nacional de Meteorologia. A combinação de tempo seco e o aumento das queimadas tem impactado significativamente a qualidade de vida dos moradores de Manaus nos últimos dois meses.

Moradores, como Roseana Alencar, relatam a difícil situação: “A gente já acorda respirando um cheiro de enxofre muito forte”, diz a dona de casa e empreendedora, que tem evitado sair de casa, especialmente durante as manhãs. Ela ressalta a importância de utilizar máscaras ou panos para proteger as vias respiratórias.

O único sistema de monitoramento público da qualidade do ar no Amazonas, o Selva App, atualmente é financiado por meio do Ministério Público, que destina valores arrecadados em acordos extrajudiciais para a manutenção das estações de coleta de ar, que já ultrapassam dez unidades apenas em Manaus.

Durante o anúncio mais recente da retomada de atividades, o coordenador do curso de meteorologia da UEA, responsável pelo desenvolvimento da plataforma, professor Rodrigo Souza destacou que os recursos do aplicativo também podem servir como referência para responsabilizar aqueles que praticam atitudes criminosas relacionadas ao meio ambiente e para a implementação de políticas públicas voltadas para a qualidade climática.

“A nossa intenção é proporcionar informações tanto para a população quanto para o governo. O Selva não apenas oferece dados em tempo real, mas também ajuda a combater crimes ambientais, fornecendo evidências técnicas para responsabilização”, declarou.

*Fonte: A Crítica

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