O prefeito de Autazes, Andreson Adriano Oliveira Cavalcante (União Brasil), detalhou durante entrevista à Rede Tiradentes nesta sexta-feira, (13), que a Força Nacional deve chegar na segunda-feira, (16), à região para auxiliar no combate aos incêndios criminosos em Autazes, município a 111 km de Manaus. O local, segundo o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) é uma das principais responsáveis pela densa fumaça que encobre a capital amazonense nos últimos dias.
“Na segunda-feira, (16) estamos esperando a chegada da Força Nacional. [..] “Já contratamos mais 30 brigadistas, o batalhão ambiental está em Autazes com seis viaturas, o Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam) está chegando hoje à tarde e estamos no aguardo da chegada de mais 40 brigadistas vindo pela articulação da prefeitura com o Estado e o Ibama já na próxima quarta-feira, 18”.
Segundo Anderson, a prefeitura também está locando mais dois carro-pipa e disse já dispor de um modelo semelhante, além do carro de apoio dos bombeiros. “A prefeitura não foge da sua responsabilidade, mas isso são ocorrências criminosas. Já fizemos mais de 31 atuações, sendo três na área rural e 28 na área urbana. Quatro pessoas foram detidas e um preso em flagrante. Não há mais apreensões por que a comunidade se omite em denunciar, nós precisamos que a comunidade nos ajude, por que um foco de incêndio não começa do nada, alguém iniciou ele, seja um cidadão comum, um produtor rural ou um pecuarista e ele está cometendo um crime e precisa ser responsabilizado”, disse Anderson.
A fumaça vinda da cidade é proveniente das atividades agrícolas que usam o fogo como alternativa para limpar o terreno e no caso da pecuária, para abrir espaço para o gado. Em Autazes existem aproximadamente 84 mil cabeças de gado e mais de 1,5 mil produtores e pecuaristas que atuam no segmento, de acordo com dados da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).
“Nós controlamos pelo menos 30 focos de incêndio, mas infelizmente ainda precisamos controlar mais. Também estamos identificando as causas dessas queimadas, mas eu não diria que seria somente a questão do pasto. Claro que é algo a ser levado em consideração, está em investigação, mas a prefeitura implementou um programa de mecanização agrícola para que essa prática [de queimar o pasto] faça parte do passado. Isso é uma prática atrasada e arcaica e precisamos mecanizar nossas áreas para evitar essa prática que causa tão mal à saúde do município e também, porque não dizer do estado, porque a fumaça de Autazes está indo pra Manaus”, explicou.
Cavalcante decretou Estado de Emergência Ambiental no dia 31 de agosto e no dia 29 de setembro decretou Situação de Emergência por conta da estiagem. “Estamos atuando nas duas frentes, criamos um gabinete de gestão integrada e no dia 12, foi um dia terrível de fumaça que tomou conta da cidade. Suspendemos as aulas, implantamos um leito de hospital exclusivo para os atendimentos a pessoas com problemas respiratórios”, detalhou o prefeito.
O prefeito de Autazes também citou a repercussão nacional das queimadas. “Fomos manchete nacional por uma matéria que nos vergonha, nós queremos rapidamente sair dessa manchete negativa. Autazes é conhecida por ter um povo trabalhador, pelo povo Mura, por ser uma cidade de festa, ser cidade do leite, do queijo e muito em breve vamos sair dessa pauta negativa”, disse Anderson ao mencionar também que o ano letivo do município foi suspenso.
“Estamos aí na torcida e na expectativa de uma chuva para que a fumaça possa ser amenizada, mas caso não aconteça vamos precisar conviver com isso por alguns dias. Infelizmente vamos suspender o período letivo devido ao risco que nossas crianças e nossos alunos estavam correndo de inalar essa fumaça tão prejudicial”, finalizou.
*Com informações de: A Crítica