Especialistas da área de saúde criticaram nesta segunda-feira (05/06) o que classificam de mercantilização do ensino superior com o aumento da oferta de cursos de ensino à distância (EaD) autorizados pelo Ministério da Educação (MEC), sobretudo por instituições privadas. O assunto foi debatido na Comissão de Educação da Câmara dos Deputados.
Durante a reunião, a principal crítica foi em relação à atual política de estímulo à EaD adotada pelo ministério. De um lado, houve ampliação da oferta de cursos à distância; de outro, o aumento de aulas na modalidade EaD em universidades federais, que passou de 20% para 40% do currículo, em 2019.
Em recente decisão, o ministério voltou atrás em algumas áreas e proibiu, de forma temporária, a abertura de novos cursos de graduação para direito, odontologia, psicologia e enfermagem, na modalidade EaD.
Para o representante do Conselho Federal de Psicologia, Jefferson Bernardes, o EaD não se aplica às carreiras que exigem contato com o paciente.
“A EaD na psicologia, assim como em outras áreas da saúde agrava a já insuficiente qualidade do cuidado, expondo a população a crescentes riscos. Afirmar a presencialidade é defender os direitos da população”, frisou.
Qualidade da formação
Contrária à EaD para psicologia, a representante do Conselho Nacional de Saúde (CNS), Fernanda Magano, defendeu que o ensino à distância seja aplicado com limitações, sob o risco de desvalorizar o trabalho docente e comprometer a qualidade da formação.
“As tecnologias são importantes, mas o limite de 40% é fundamental”, disse. “A EaD funciona como mercadoria e queremos marcar que saúde não é mercadoria”, complementou.
Informações Agência Câmara de Notícias