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IBGE aponta aumento de casamentos homoafetivos no Amazonas

No mês do Orgulho LGBTQIA+, o município de Beruri terá seu primeiro casal homoafetivo com casamento declarado.

Foto: Emile de Souza

Pesquisa divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra que, no Brasil, o número de casamentos entre cônjuges femininos bateu recorde em 2022, quando o país registrou 6.632 uniões, uma elevação de 18% em relação a 2021, ano em que houve 5.602 matrimônios. Se comparado a 2015 (com 2.986 registros), o crescimento mais que dobrou, chegou a 122%.

Essa tendência de alta também é observada no Amazonas. Em 2022, foram 76 casamentos entre pessoas do sexo feminino, o que representa um crescimento de 65% em relação a  2021 quando os cartórios amazonenses celebraram 46 uniões matrimoniais entre esse público, três a mais do que em 2020. Sete anos antes, 54 mulheres oficializaram a relação.

Foto: Emile de Souza

A funcionária pública Priscila Rebelo e a advogada Gabriela Miranda, que celebram o casamento civil, nesta quarta-feira (12), no Dia dos Namorados, fazem parte deste cenário de respeito às garantias constitucionais, que teve como  ponto alto maio de 2011, quando o  Supremo Tribunal Federal (STF), por unanimidade, equiparou as relações entre pessoas do mesmo sexo às uniões estáveis entre homens e mulheres, reconhecendo, a união homoafetiva como um núcleo familiar.

A união entre Priscila Rebelo e Gabriela Miranda é o primeiro casamento homoafetivo declarado no município de Beruri, distante 324 km de Manaus, que para as noivas representa um marco de esperança e aceitação do amor entre casais do mesmo gênero.

“Nossa união representa uma vitória pessoal e coletiva. Vivemos em um contexto onde, infelizmente, ainda enfrentamos preconceitos e desafios, e poder oficializar nosso amor é um ato de resistência e afirmação de nossos direitos. É um testemunho de que o amor pode vencer barreiras e preconceitos”, contou Gabriela Miranda.

A noiva Gabriela Miranda conta que enfrentam muitos desafios na luta contra o preconceito e na busca por direitos iguais, mas que firmar a união é uma forma de reafirmar abertamente quem são e encoraja outros casais homoafetivos.

“Acreditamos que é importante sermos quem somos abertamente, pois isso ajuda a quebrar preconceitos e abrir caminho para futuras gerações. Cada obstáculo superado nos torna mais resilientes e determinados a lutar por um futuro onde todos os casais, independentemente de sua orientação sexual, possam viver e amar livremente”, declarou Gabriela Miranda.

A advogada conta que além do casamento, existem outros desafios para assegurar direitos das famílias LGBTQIA+, que acabam enfrentando discriminação em diferentes ambientes e contextos, como na criação da filha do casal, Alexia Marianne, de 11 anos.

“Houve um dia em que ela nos contou que o pai da amiguinha dela (que inclusive é militar) disse que ela seria uma má influência para a filha dele. Nesse caso ela fica sem entender, pois pra ela nosso relacionamento não é anormal, porém sabemos que nesse caso o preconceito impera e isso se torna um grande desafio”, relatou Gabriela Miranda.

Gabriela Miranda ressalta que firmar o casamento nesse momento é carregado de emoções e que entendem que a união vai além do sentimento de amor e compromisso, mas representam um símbolo de resistência nas conquistas dos direitos para casais homoafetivos.

“A recente tentativa de acabar com o casamento homoafetivo no Brasil foi um lembrete de que, mesmo após grandes avanços, nossos direitos ainda podem ser questionados.
Realizar nossa cerimônia hoje é um ato de amor e coragem”, afirmou a noiva.

O casal se conheceu no trabalho e disse nunca terem sofrido ataques homofóbicos ou algum tipo de discriminação e que celebrar o casamento abertamente é um privilégio e que esperam que as próximas gerações possam viver em um país com mais igualdade e onde o amor seja celebrado, mesmo com suas diferenças.

“Saibam que o amor verdadeiro merece ser celebrado e reconhecido, e que ninguém deve esconder quem realmente é”, ressaltou a noiva Gabriela Miranda.

*Fonte: Acrítica

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