A recente eleição para a presidência da Câmara dos Deputados continua gerando repercussões e intensificando divisões na direita brasileira. No último domingo (2), o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) ironizou uma publicação do colega Marcel Van Hattem (Novo-RS), que celebrava seu desempenho no pleito. O filho do ex-presidente Jair Bolsonaro acusou Van Hattem de querer dividir a direita e afirmou que ele “não tem moral para falar dos outros”.
A declaração foi feita em resposta a uma postagem de Eduardo Salles (Novo), também deputado federal, que destacava a votação recebida por Van Hattem e projetava crescimento do partido para 2026. Em sua resposta, Eduardo Bolsonaro minimizou o desempenho do parlamentar do Novo, atribuindo seus votos ao aumento expressivo do PL na Câmara, que passou de 36 deputados para cerca de 100 após as eleições de 2022.
A insatisfação também se estende ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Nos bastidores, Bolsonaro expressou a convicção de que parlamentares do PL não seguiram sua orientação de votar em Hugo Motta (Republicanos) para a presidência da Câmara. Segundo aliados, ele analisa o resultado do pleito como um indicativo de “traições” dentro do partido.
A suspeita surge a partir do desempenho de Marcel Van Hattem, que recebeu 33 votos, mesmo com o Novo contando apenas com quatro parlamentares na atual legislatura. Essa disparidade leva o grupo de Bolsonaro a concluir que uma parte significativa dos votos obtidos por Van Hattem veio de dissidências dentro do PL, partido que tem uma das maiores bancadas da Câmara.
A eleição para o comando da Câmara ocorreu por meio de votação secreta, o que impossibilita a identificação direta dos parlamentares que optaram por Van Hattem. No entanto, a polêmica acirrou os debates internos no PL, reforçando a percepção de que a unidade do partido pode estar comprometida.
Essa troca de farpas entre Eduardo Bolsonaro e Marcel Van Hattem evidencia as fissuras dentro da direita, que, apesar de sua ampla representatividade no Congresso, enfrenta desafios de coesão política. Com a aproximação das eleições de 2026, as disputas internas podem se intensificar ainda mais, definindo novos rumos para o campo conservador no Brasil.
*Fonte: AM POST