O faturamento recorde do Polo Industrial de Manaus em 2024, de R$ 204 bilhões, se deu por aumento da produtividade e pelo aquecimento da economia no país. A avaliação foi feita pela economista Denise Kassama.
O montante representa crescimento de 16,24% na comparação com o resultado obtido em 2023 (R$ 175,83 bilhões). Em dólar, o faturamento global de 2024 foi de US$ 37.51 bilhões – alta de 6,36% na comparação com 2023 (US$ 35.27 bilhões).
Denise Kassama avaliou o recorde como positivo pelo aumento de produção e melhoria de outros fatores econômicos.
Conforme a Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), o número de mão de obra nas fábricas do PIM registraram, ao final de dezembro, 127.798 trabalhadores empregados (entre efetivos, temporários e terceirizados). Com os resultados contabilizados de janeiro a dezembro, a média mensal de empregos diretos do PIM em 2024 foi de 123.489 trabalhadores, o que representa crescimento de 8,87% em relação à média mensal de 2023 (113.419 trabalhadores).
A economista ressaltou que o crescimento do PIM representa um importante mecanismo econômico do estado.
“Também teve aumento da arrecadação tributária. Então significa que, se o PIM está produzindo, está pagando bastante imposto, mesmo com o incentivo e empregando pessoas. Uma coisa leva à outra. Se essa pessoa tem renda, ela vai consumir no comércio, que vai demandar da indústria e assim a roda da economia gira”, disse Kassama.
“Eu diria que 2024 foi um ano muito bom para a economia do Amazonas, mesmo com as intempéries da seca. Do ponto de vista de arrecadação fiscal, foi um ótimo ano e desenvolvimento econômico também”.
Já os principais produtos produzidos, destacam-se:
Aumento de produtividade e preços dos produtos
O presidente da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam), Antônio Silva, destacou que, embora os preços dos produtos tenham aumentado, o resultado recorde do Polo Industrial se deve, principalmente, ao crescimento da produtividade.
“Pode-se observar as duas situações, tanto aumento da produção, quanto do valor final dos produtos, embora a alta da produção tenha um impacto bem maior no resultado, haja vista que poucos produtos apresentaram quedas acentuadas em suas produções”, explicou o presidente.
Antônio Silva informou que muitos produtos apresentaram crescimento significativo, como o de receptores de sinal de televisão, que partiu de 4.157.725 unidades em 2023, para 7.726.425 em 2024; condicionador de ar split system saiu de 3.714.177 unidades fabricadas em 2023, para 5.775.240 em 2024; forno microondas, de 3.601.103 unidades em 2023, para 5.465.612 em 2024;
Além do comparativo das motocicletas, que saíram de 1.622.244 unidades em 2023, para 1.831.600 em 2024; televisores também apresentaram considerável aumento, partindo de 11.776.360 unidades produzidas em 2023, para 13.994.881 em 2024.
Em 2024, o Brasil atingiu a menor taxa de desemprego desde o início da série histórica, 6,6%. Antônio Silva explicou que esse fator econômico é um dos motivos do crescimento do PIM.
“Os produtos manufaturados no Polo Industrial de Manaus são, em sua maioria, bens de consumo duráveis de valor agregado alto, ou seja, dependem que a economia esteja aquecida para que a produção cresça. A queda no índice de desemprego e o aumento da renda média da massa salarial das famílias influenciaram diretamente no aumento do consumo desses bens”, disse.
Crise climática
Alguns setores sofreram influência direta da crise climática. Segundo Antônio Silva, o crescimento da produção de condicionadores de ar se deu em razão desse processo.
“A onda de calor que atingiu o país no último ano, por exemplo, influenciou o aumento substancial da produção de condicionadores de ar”.
“O aumento da massa salarial também possibilitou que as famílias trocassem aparelhos eletroeletrônicos de segunda necessidade, como é o caso dos televisores e celulares. E a mudança de hábito da população no período pós-pandemia, também tem impactado positivamente o segmento de Duas Rodas”, afirmou.
“É um resultado histórico para o Polo Industrial de Manaus, pois demonstra a solidez de um dos modelos de desenvolvimento mais exitosos do país. Trata-se de um atesto do trabalho de excelência realizado por nossas indústrias e da resiliência para superar as dificuldades econômicas e estruturais da região”.
“Sem dúvidas, são resultados que ficarão para a história e deixam uma satisfação muito especial para a Suframa e para o governo federal. Esperamos que em 2025 esse cenário tenha continuidade e que nossos indicadores de desempenho da indústria mantenham-se robustos e ascendentes”, afirmou.