O Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, criticou indiretamente o Deputado Federal Nikolas Ferreira (PL-MG) nesta sexta-feira (21/02). Em entrevista ao ICl Notícias, Haddad classificou a crise do Pix como uma “fake news de um moleque”, minimizando a polêmica gerada nas redes sociais.
“Se essa for a crítica que as pessoas tem a fazer para a Fazenda, então eu estou bem na foto. Uma fake news de um moleque que por acaso é deputado”, disse.
A fala de Haddad em um momento delicado para o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva que enfrenta a maior rejeição de todos os seus mandatos, de acordo com pesquisas recentes.
Os desdobramentos da medida do Ministério da Fazenda relacionada ao Pix foram apontados como um dos motivos para a queda da popularidade do governo Lula.
Durante a entrevista, o político foi questionado sobre uma notícia de que outro ministro teria se queixado a Lula sobre o papel da Fazenda na queda de popularidade do presidente.
Durante a entrevista, Haddad expressou indignação com a disseminação de informações falsas. O ministro declarou:
“Não seria razoável um colega de ministério aproveitar minha ausência, ainda mais por conta de Pix”, disse.
Relembre a crise do Pix
A polêmica teve início em janeiro, quando a Receita Federal anunciou uma instrução normativa que permitiria o monitoramento de transações digitais a partir de R$ 5 mil mensais para pessoas físicas e R$ 15 mil para empresas. O objetivo da medida, segundo o governo, era combater crimes financeiros, como lavagem de dinheiro.
Contudo, uma onda de desinformação tomou conta das redes sociais, disseminando a falsa informação de que o governo criaria um imposto sobre o Pix. A oposição aproveitou o tema para criticar o governo, e um dos episódios mais marcantes foi um vídeo do deputado Nikolas Ferreira, que viralizou e atingiu 300 milhões de visualizações.
A propagação da ideia de uma nova taxação levou a um forte debate nas redes sociais e foi impulsionada por declarações de parlamentares da oposição, incluindo Nikolas Ferreira. A Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (Unafisco Nacional) criticou a postura do deputado e afirmou que ele “aproveitou a ocasião para reforçar informações incorretas”.
A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) também se manifestou, reforçando que as notícias sobre uma suposta cobrança pelo uso do Pix eram falsas. Em nota, a entidade explicou que a Receita Federal não criou nenhuma nova exigência para os usuários do sistema, sejam pagadores ou recebedores.
Para conter a crise gerada pela disseminação de fake news, o governo federal decidiu revogar a medida no dia 15 de janeiro.
*Fonte: Onda Digital