“Queremos solução”. Esse foi o clamor por reivindicações feitas pelos moradores da Comunidade Santa Marta, durante uma manifestação que aconteceu na noite desta última segunda-feira (17). Eles interditaram trechos da Avenida Sucupira, no bairro Colônia Terra Nova, zona Norte de Manaus, com barricadas.
Os moradores cobram providências e respostas do Poder Público Municipal, após terem suas residências alagadas, e terem perdido todos os seus bens, durante as fortes chuvas que aconteceram no último sábado (15) em Manaus. Segundo o relato dos moradores, as residências estavam debaixo d’água por quase três dias e nenhum dos órgãos estaduais e municipais foram ao local prestar auxílio.
“Nós estamos reivindicando que o prefeito, os vereadores, as autoridades locais venham olhar por nós. Estamos pedindo que seja feita a drenagem do igarapé de toda a Comunidade Santa Marta. Essa é uma promessa feita antes dele ser eleito e até hoje nada. Precisamos perder nossas coisas? Alguém precisa perder a vida para olharem para nós?”, denunciou Carolina dos Santos, profissional da construção civil, de 30 anos.
Ainda de acordo com a moradora, na última chuva que alagou diversas casas da comunidade, nenhum dos órgãos de segurança pública foram ao local prestar ajuda à população, que teve de organizar uma força tarefa dos próprios comunitários para resgatar as crianças e idosos em caixas d’água e outros objetos flutuantes.
“Nós perdemos tudo. Pedimos ajuda e ninguém veio. Olha aqui minhas crianças aqui sendo resgatadas na caixa d’água (apontando para um vídeo no celular). Precisando ajuda dos pessoal pra vir tirar meus filhos. A gente ligou pro Bombeiro, e eles falaram que não podiam vir atender essa ocorrência no momento. Nem a Defesa Civil não atendeu”, denunciou a moradora.
As constantes chuva que caem sobre a cidade de Manaus deixam os moradores da Comunidade Santa Marta inseguros, uma vez que não se sentem confortáveis em saírem de casa para trabalhar, com medo das novas chuvas inundarem suas residências ou mesmo do risco de afogamento e desabamento.
“Hoje eu passei o dia todo e nem fui trabalhar. Por causa do tempo que estava chovendo. Fiquei com medo de deixar minhas filhas dentro de casa e receber uma ligação dizendo ‘Olha, sua casa alagou, seus filhos morreram’. Só vêm até nós quando acontece uma tragédia. Quando um filho morre, quando uma casa cai e aí eles vêm até nós. Mas enquanto nós estamos aqui lutando para ter uma resposta, até agora ainda não chegaram”, cobrou a moradora Gabriela Maia, de 33 anos.
As mais de cem famílias que residem na Comunidade Santa Marta cobram que seja realizada a limpeza e desobstrução do igarapé que corta a localidade. De acordo com eles, o problema dura quase 8 anos e até o momento não houve nenhuma ação do Poder Público para resolver o problema.
“O desespero começa quando chove. Pensamos nas crianças, nas mais de cem famílias que moram aqui. Quando a água começou a chegar na barriga da gente, o pessoal começou a pedir ajuda. A gente não quer aluguel. A gente só quer drenagem do igarapé. A situação está crítica. A gente tá dormindo no chão”, salientou a autônoma Adriana Ares, de 30 anos.
A Polícia Militar, por meio da 18° Companhia Interativa Comunitária (Cicom), foi acionada para controlar a situação. Enquanto homens do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Amazonas (CBMAM) estiveram no local para apagar o incêndio nas barricadas utilizadas para obstruir as vias.
*Fonte: Acrítica