Portal Castello Connection
Cidade

Desabrigado após desbarrancamento diz que há pelo menos um ano avisava autoridades

Uma morte foi registrada e outras quatro pessoas hospitalizadas tiveram alta.

Foto: Reprodução

Nesta quinta-feira (20), vítimas do deslizamento de terra na comunidade Fazendinha II, Cidade Nova, zona norte de Manaus, tentam resgatar pertences nas casas que foram condenadas pela Defesa Civil do Município após as intensas chuvas das últimas horas. Uma morte foi registrada e outras quatro pessoas hospitalizadas tiveram alta.

Aos 77 anos, o aposentado Hermogênio Medina teve que deixar a casa onde vive há 7 anos para morar de favor com familiares. A residência dele foi uma das 15 condenadas pela Defesa Civil do Município depois do deslizamento que atingiu o local durante a forte chuva do dia anterior, quarta-feira. Com a ajuda de vizinhos, ele tenta retirar o que ainda pode ser aproveitado; diante da tragédia de perder o lar, pensa que, ao menos, pode diminuir o prejuízo.

“As coisas tá tudo aqui dentro. Cama, geladeira… estamos esperando aí a Defesa Civil, se não mesmo ajudar. Tem gente aí que ficou sem nada, não tem uma roupa pra vestir, com filho pequeno”, disse.

Aos fundos da casa do aposentado está o cenário de destruição das três casas que foram completamente destruídas pela força do deslizamento. Agora o que resta é muito barro, entulho e lixo, a cena revolta Medina. Ele disse que há pelo menos um ano avisa as autoridades do município sobre os riscos de deslizamentos no local, mas não houve respostas.

A terra caiu de um barranco que fica perto da rua Ladário, antiga rua B, no conjunto Canaranas, onde a autônoma Glenda Cabet mora há mais de uma década. Segundo ela, este é o mesmo período em que os moradores do conjunto reclamam para a Prefeitura sobre uma rede de esgoto que teria rompido e intensificado a erosão no solo. Hoje é possível ver uma tubulação que sai do barranco e continua jorrando água abaixo. Cabet também informou que nas proximidades de onde o barro cedeu há o descarte irregular de lixo.

“Eles [prefeitura] dizem que não tem material, que o operário deles está na rua, tem que esperar passar a chuva e ela nunca passa, todo ano; como pode isso? Quando vem o sol ninguém aparece”, comentou.

A equipe de reportagem solicitou uma resposta da Secretaria Municipal de Infraestrutura e aguarda uma resposta da pasta sobre as afirmações dos moradores.

Ato de sacrifício 

Sammya Maciel, 45 anos, líder comunitária, morreu por ter sido soterrada pelo barro. Foi a única morte das seis pessoas atingidas pelo soterramento. Ela não era moradora da área do deslizamento, mas, de acordo com testemunhas, decidiu se mobilizar quando a chuva começou para tirar as famílias das residências em risco.

“Morreu salvando vidas e perdeu a dela, perdeu a dela… mas Deus não dorme. Hoje tá todo mundo chorando aí, era a líder do bairro que sempre ajudava todo mundo”, lamentou Medina.

O velório de Sammya acontece nesta quinta-feira, na comunidade Fazendinha II. Os familiares não permitem a entrada da imprensa e também preferiram não se manifestar. As outras cinco vítimas do soterramento foram atendidas pelo

Serviço Móvel de Urgência (Samu), da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa). O município divulgou informações sobre quatro delas: uma gestante de 32 anos com 29 semanas de gravidez, um homem de 41 anos e o filho dele e um jovem de 18 anos. Três das vítimas foram encaminhadas ao Hospital e Pronto Socorro João Lúcio, na zona Leste. Todos já receberam alta.

 Comitê de Crise do Município

 A Prefeitura de Manaus informou que montou um comitê de crise para gerenciar todos os atingidos pelo desastre. Na comunidade, equipes da Secretaria Municipal da Mulher, Assistência Social e Cidadania (Semasc), prestam apoio socioassistencial às famílias afetadas, realizando o cadastro no Auxílio Aluguel e a entrega de benefícios eventuais, como colchões, cestas básicas, lençóis e kits de higiene. No total, 21 famílias foram cadastradas.

A Defesa Civil e o Corpo de Bombeiros isolaram a região pela instabilidade do solo.
A Secretaria Municipal de Limpeza Urbana (Semulsp), está com equipes mobilizadas para mitigar os efeitos do deslizamento de terra ocorrido na área. Agentes e equipamentos vão auxiliar na limpeza, remoção de rejeitos e coleta de resíduos, garantindo o restabelecimento das condições adequadas para a circulação de moradores e veículos.

*Fonte: Acrítica

Relacionados

Vários bairros de Manaus ficam alagados durante forte chuva nesta quarta-feira

Redação

Saiba onde haverá procissão em homenagem a São José e veja esquema especial de trânsito

Redação

Detran-AM flagra jovem de 17 anos dirigindo caminhão trator sem CNH em Manaus

Redação

Este site usa cookies para melhorar sua experiência. Entendemos que você está de acordo com isso, mas você pode cancelar, se desejar. Aceitar Leia mais