Um grupo de nove deputadas federais entrou com uma representação no Conselho de Ética do Senado Federal contra Plínio Valério (PSDB) após suas falas sobre “enforcar” a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva (Rede). A declaração ocorreu em um evento fechado com empresários do comércio na última sexta-feira (14), mas o vídeo viralizou nas redes sociais apenas no início dessa semana.
O documento obtido pela coluna de Lauro Jardim, d’O Globo, é assinado pelas parlamentares Benedita da Silva (PT-RJ), Duda Salabert (PDT-MG), Enfermeira Ana Paula (Podemos-CE), Gisela Simona (União-MT), Jandira Feghali (PCdoB-RJ), Laura Carneiro (PSD-RJ), Maria Arraes (Solidariedade-PE), Tabata Amaral (PSB-SP) e Talíria Petroni (PSOL-RJ). O deputado Túlio Gadêlha (Rede-PE) assinou o texto em forma de apoio.
“Reunimos um grupo diverso e sem pensar em ideologias políticas, mas sim na defesa das mulheres e no combate à essa misoginia. A Câmara não pode e não vai se calar diante desse ataque”, disse o deputado pernambucano.
Na fala em questão, Plínio Valério disse: “imagine o que é tolerar Marina Silva por seis horas e dez minutos sem enforca-la”, em referência à participação da ministra em uma audiência da comissão parlamentar de inquérito (CPI) que investigava organizações não governamentais (ONGs) na Amazônia.
Na denúncia apresentada ao Conselho de Ética do Senado, as deputadas afirmam que os ataques do senador contra Marina extrapolam a imunidade parlamentar e representam uma quebra de decoro, além de não apenas ferir a dignidade da ministra, mas também desqualificar “o debate político ao utilizar uma linguagem de incitação à violência”.
Caso a representação seja aceita, deve ser aberto um procedimento para avaliar a conduta de Plínio Valério. Caso o resultado do julgamento político seja desfavorável, o senador tucano pode receber uma advertência, censura verbal ou escrita, suspensão ou até mesmo a perda do mandato. O Conselho atualmente tem como presidente e vice-presidente, respectivamente, os senadores Jayme Campos (União-MT) e Eduardo Braga (MDB-AM).
*Fonte: Acrítica