Francisco Oliveira, pai do servidor Amaral Elfrásio de Oliveira, que faleceu nesta terça-feira (1º), após contrair leptospirose na intensa chuva em Manaus, na última semana, quando teve sua casa invadida pelas águas, responsabiliza a Prefeitura e o hospital onde o filho foi atendido e morreu.
De acordo com o pai, a Prefeitura é responsável pela falta de infraestrutura e saneamento básico na região, o que contribuiu para a contaminação da água da enchente. Ele afirma ainda, que todos pagam o Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU), e que o filho contraiu a doença ao tentar salvar seus pertences e animais de estimação da água que invadiu a casa, no bairro Colônia Terra Nova, zona norte.
“Ali muita gente tá correndo o perigo de ser contaminado, ali é um lixeira. Todo mundo paga IPTU. Prefeitura também é responsável. Eu espero que o prefeito olhe para esse igarapé para mais gente não perder filho querido como eu perdi agora”, disse o homem.
O pai também critica o atendimento médico prestado ao filho no hospital particular. Ele alega que o hospital negligenciou a gravidade da situação, medicando o filho apenas com dipirona, um analgésico comum, em vez de realizar exames e iniciar o tratamento adequado para leptospirose.
“Que o Conselho de medicina tenha mais responsabilidade e nesses hospitais colocar gente para fiscalizar médico. Tem muito médico incompetente, tens uns que honram a profissão, mas tem outros só cumpridor de tabela, que foi esse que atendeu meu filho, no Hospital particular”, continuou.
Francisco afirmou que o diagnóstico de leptospirose foi dado no Hospital e Pronto-Socorro (HPS) Platão Araújo, no bairro Jorge Teixeira, zona leste. A doença é contraída em contato com a urina de ratos e nas alagações há elevado risco com a contamuinação das águas.
“O médico do Platão falou que se tivesse vindo cedo ele tinha escapado. Agora, o médico passar dipirona. Tudo é vírus, ninguém faz uma tomografia, um exame. Meu filho foi negligenciado tanto pela Prefeitura, que não cuidou da cidade, quanto pelo hospital, que não o tratou como devia”, desabafou o pai.
Amaral Elfrásio de Oliveira recebeu atendimento na Hapvida no dia 28 de março, mas o médico teria passado somente dipirona e liberado o homem. No último domingo (30) ele passou mal novamante. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), foi acionado e Amaral foi encaminhado para o Platão Araújo, onde recebeu o dignóstico de leptospirose, foi intubado e morreu nesta terça-feira (1º).
A Prefeitura de Manaus e o hospital particular ainda não se pronunciaram sobre as denúncias.
*Fonte: D24am