Após a prisão de Sophia Livas de Morais Almeida, de 32 anos, suspeita de exercer ilegalmente a medicina, o Hospital Universitário Getúlio Vargas (HUGV-UFAM/Ebserh) divulgou uma nota oficial nesta segunda-feira (20) para esclarecer que a mulher nunca atuou como médica na unidade. Segundo a instituição, não há qualquer registro de atendimento realizado por Sophia no hospital.
Apesar do esclarecimento, imagens de receitas e atestados supostamente assinados por ela circularam nas redes sociais. A prisão de Sophia ocorreu após denúncias surgirem na esteira da detenção de outro falso médico, Gabriel Ketzer da Silva, de 28 anos. Segundo a Polícia Civil do Amazonas (PC-AM), a investigação que levou à prisão da suspeita durou cerca de um mês.
Conforme o HUGV, Sophia foi aluna do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), na condição de educadora física, com acesso às dependências da UFAM e do hospital apenas como mestranda. O hospital destacou que, após concluir o curso, ela não manteve qualquer vínculo com a instituição.
Sophia também dava aulas como professora voluntária em uma faculdade de medicina particular em Manaus.
Em nota, a Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM) informou que as pessoas citadas na denúncia “não têm vínculo com a Secretaria ou qualquer outra unidade da rede estadual”.
O Conselho Regional de Medicina do Amazonas (Cremam) afirmou que não recebeu denúncias formais sobre o caso até o momento. O órgão reforçou que a população pode consultar a regularidade de profissionais no site do Conselho Federal de Medicina (CFM).
Veja a nota na íntegra do HUGV-UFAM/Ebserh:
“O Hospital Universitário Getúlio Vargas (HUGV-UFAM/Ebserh) esclarece que Sophia Livas de Morais Almeida nunca atuou como médica no hospital e nem constam registros de atendimento médico feito por ela na unidade hospitalar. Ela foi aluna do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde da Universidade Federal do Amazonas como educadora física. O acesso às instalações da UFAM, incluindo o HUGV, se dava apenas na condição de mestranda. E, por já ter concluído o mestrado na Universidade, a ex-aluna não tem nenhum vínculo com a instituição.
O HUGV está à disposição das autoridades policiais para ajudar no que for necessário.”
Veja a nota na íntegra do CRM-AM
O Conselho Regional de Medicina do Estado do Amazonas (CREMAM), no exercício de suas atribuições legais e com fundamento na Lei nº 3.268/1957, vem a público esclarecer que, até a presente data, não recebeu qualquer denúncia formal acerca da atuação da pessoa identificada como “Sophia Almeida”, cuja eventual prática ilegal da medicina tem sido objeto de ampla repercussão em redes sociais e meios de comunicação.
Não obstante, o CREMAM destaca que, sempre que recebe comunicações envolvendo indícios do exercício ilegal da medicina por pessoas não inscritas nos seus quadros, encaminha prontamente tais informações aos órgãos competentes, notadamente às autoridades policiais e ao Ministério Público, para que sejam adotadas as providências legais cabíveis.
Por fim, com o objetivo de contribuir para a proteção da sociedade e o combate à atuação de falsos profissionais, o CREMAM orienta que a verificação da regularidade de médicos pode ser realizada diretamente pelo público por meio do portal do Conselho Federal de Medicina, disponível no endereço eletrônico: https://portal.cfm.org.br/busca-medicos.