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24/06/2025
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Polícia

Acusados de tortura e morte de criança de 2 anos trocam acusações em acareação na delegacia

Danielle da Silva, 20, e seu companheiro Patrick Bastos, 23, ficaram frente a frente na Delegacia Especializada de Proteção à Criança e Adolescente (Depca)

Foto: Divulgação/Polícia Civil

Durante acareação realizada na manhã desta quinta-feira (26), na Delegacia Especializada de Proteção à Criança e Adolescente (Depca), Danielle da Silva Neves, 20 anos, e seu companheiro, Patrick Macedo Bastos, 23, presos pela suspeita de envolvimento na tortura e morte do garoto Everton Gabriel da Silva, de apenas 2 anos, culparam um ao outro conforme a delegada Joyce Coelho, titular da Depca.

Danielle foi presa temporariamente na quarta-feira, 25 de outubro, no bairro Nossa Senhora das Graças, Zona Centro-Sul. Ela era tia da criança. Já Patrick havia sido preso no dia 9 de outubro. Segundo Joyce Coelho, eles foram colocados frente a frente a fim de proporcionar a conclusão do inquérito.

“É inegável que ambos praticaram, em algum momento, as agressões à vítima. Não foram agressões isoladas, não foi um fato isolado, pois o laudo de necropsia da criança identificou diversas lesões corporais, antigas e recentes, e uma isquemia cerebral. Ou seja, durante os três meses que a vítima ficou no convívio da dupla, ela foi constantemente agredida”, disse Joyce Coelho.

Ainda segundo a delegada, inicialmente, foi solicitada a prisão temporária de ambos os envolvidos; entretanto, apenas a de Patrick foi deferida pelo Poder Judiciário. Então, no dia 9 de outubro, ele foi preso pelos policiais civis da Depca.

“Continuamos a solicitar a prisão temporária da mulher para que pudéssemos colocá-los frente a frente e apurar as circunstâncias do fato como um todo. Ontem obtivemos êxito em prendê-la, na data de hoje diligenciamos na penitenciária e os ouvimos ao mesmo tempo, e iremos concluir o Inquérito Policial com o indiciamento dos dois, já que eles eram os responsáveis pela criança”, explicou.

De acordo com Coelho, finalizando o prazo das prisões temporárias, o procedimento será entregue ao Ministério Público do Amazonas (MPAM) a fim de que seja analisado, e os criminosos sejam responsabilizados pelo ato criminoso.

De acordo com a delegada, a infratora admitiu, em depoimento, que as marcas de unha encontradas na vítima seriam dela, momento em que ela agarrou o pescoço da criança na tentativa de esganá-lo. Mas ela direciona a culpa das agressões que vitimaram o seu sobrinho ao companheiro.

“Ela relata que no dia 4 de outubro, o homem teria chegado em casa e se aborrecido pelo fato da criança ter feito as necessidades fisiológicas no chão do imóvel. Em razão das agressões, a criança começou a ter febre e teria convulsionado no dia 5 de outubro, e a partir dali não teria acordado mais”, disse.

Já o companheiro dela, a delegada, desde o primeiro momento, negou qualquer tipo de agressão e imputa a culpa à mulher. Ele teria alegado que constantemente via marcas e hematomas na criança, mas não teria presenciado nenhuma das agressões e sabia que a responsável seria a tia.

“Ele contou, ainda, que no dia 5 de outubro chegou na residência e a criança já estava desmaiada, portanto, não teria presenciado as atitudes que ocasionaram tal fato. Ele teria, inclusive, acionado a própria família para levar a vítima ao Hospital e Pronto-Socorro (HPS) Platão Araújo”, disse.

Ainda de acordo com a titular, mesmo sofrendo com as agressões constantes, em nenhum momento a criança foi levada para atendimento médico. Ao serem questionados, os infratores confirmaram a informação e disseram que um dos motivos teria sido o fato da vítima não ter documentos.

“É notória uma negligência familiar de todos os lados da família desta criança. Trata-se de uma família totalmente desestruturada. A genitora foi ouvida, nos informou que desde os 12 anos é usuária de drogas, tendo, inclusive, problemas visíveis com entorpecentes. Ela não aparentou qualquer sentimento em relação à perda do filho”, salientou.

O casal responderá por tortura com resultado de morte e ficarão à disposição da Justiça. De agora em diante, esperamos que a justiça seja feita e que os criminosos sejam devidamente punidos”, disse o delegado Alessandro Albino, diretor do Departamento de Polícia Metropolitano (DPM).

Joyce enfatizou que todos os fatos foram narrados no Inquérito Policial, para que o Ministério Público possa responsabilizar outros possíveis corresponsáveis neste caso, sobretudo na questão da negligência.

Proteção às crianças

A delegada reforçou que é importante que terceiros denunciem casos de tortura envolvendo crianças, pois se trata de um público vulnerável que não consegue verbalizar sozinho o que está acontecendo.

“Recebemos, pela manhã, a denúncia de um bebê de 11 meses que teve os dedos amputados, vítima de tortura. Já estamos em diligência em torno deste caso, iremos ouvir os responsáveis e apurar as circunstâncias”, contou.

*Fonte: A Crítica

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