O Instituto Leônidas & Maria Deane (ILMD/Fiocruz Amazônia), em Manaus, sedia até o dia 8 de dezembro o Curso Internacional de Micologia Médica, realizado pela primeira vez na região Norte. O evento é organizado pela Atlas Foundation, em parceria com instituições locais de saúde e pesquisa, e já passou por centros de referência mundial como a Mayo Clinic (EUA) e o First People’s Hospital em Jining (China).
Objetivo e relevância
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Sob a liderança do professor Sybren de Hoog, fundador da revista One Health Mycology, o curso busca ampliar o entendimento sobre fungos clinicamente relevantes, abordando:
- Classificação taxonômica;
- Estratégias de dispersão;
- Padrões de resistência antifúngica;
- Riscos à saúde pública.
O conteúdo segue o Atlas of Clinical Fungi, com aulas teóricas em inglês e atividades práticas em português, incluindo microscopia e técnicas moleculares.
Abertura e participação
Na mesa de abertura estiveram presentes:
- Ani Beatriz Jackisch Matsuura, pesquisadora da Fiocruz Amazônia;
- Vânia Aparecida Vicente, professora da UFPR;
- Sybren de Hoog, presidente do Atlas de Fungos Clínicos;
- Stefanie Costa Pinto Lopes, diretora da Fiocruz Amazônia.
Stefanie Lopes destacou a importância do curso:
“É muito significativo receber esta edição na região Norte. Qualificar profissionais e pesquisadores nesse tema é essencial para a nossa região e para a Fiocruz.”
Atividades
Durante os oito dias de evento, as manhãs são dedicadas a palestras sobre:
- Taxonomia e identificação de fungos de importância médica;
- Micoses endêmicas e oportunistas;
- Infecções fúngicas em pacientes imunocomprometidos;
- Novas ferramentas diagnósticas e bioinformáticas;
- Terapias antifúngicas e resistência.
As tardes concentram atividades práticas em:
- Microscopia de fungos (leveduras, dermatófitos, dimórficos e pretos);
- Técnicas moleculares (extração de DNA, PCR, sequenciamento e análise bioinformática);
- Discussão de casos clínicos.
Impacto científico
Para Sybren de Hoog, realizar o curso na Amazônia é estratégico:
“A região é fantástica para pesquisas sobre biodiversidade e evolução de fungos potencialmente patogênicos. É essencial entender os riscos para a saúde humana.”
A pesquisadora Ani Beatriz Matsuura reforçou:
“O curso aborda todos os fungos de importância médica e oferece práticas que qualificam ainda mais os profissionais da região.”
Resistência antimicrobiana
Paralelamente ao curso, o ILMD participa do projeto nacional de monitoramento de resistência antimicrobiana (RAM), que utiliza metagenômica e sequenciamento NGS para mapear padrões de resistência em diferentes biomas brasileiros. O Laboratório Diversidade Microbiana da Amazônia (LDMAIS) contribui diretamente para essa rede de pesquisa e vigilância.
Fonte: ILMD/Fiocruz Amazônia / Atlas Foundation / UFPR


