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26/02/2025
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Ar volta a piorar em Manaus e Sistema Selva atribui a incêndios na região metropolitana

Pesquisador da UEA responsável pelo sistema de vigilância ambiental descarta influência de incêndios em Roraima e atribui fumaça em Manaus a queimadas na região metropolitana.

Foto: Arquivo/AC

Idealizador do Sistema Eletrônico de Vigilância Ambiental (Selva), o doutor em Meteorologia Rodrigo de Souza avalia que a fumaça que voltou a reduzir a qualidade do ar em Manaus é decorrente de incêndios na região metropolitana. O programa Selva monitora a ocorrência de queimadas e a qualidade do ar na região. Nesta semana, a capital amazonense voltou a registrar níveis acima de 25 MP (material particulado), o que indica qualidade ‘moderada’.

“A qualidade do ar em Manaus está variando de boa para moderada nos últimos dias. Não vejo influência de Roraima. O que tem acontecido na região metropolitana, e que pode estar afetando a qualidade do ar em Manaus, é a ocorrência de queimadas, novamente”, disse o pesquisador.

 

Citado por Rodrigo, o estado de Roraima tem concentrado a maior parte dos incêndios florestais ocorridos em fevereiro. Nesta semana, a Agência Espacial Americana (Nasa) divulgou imagens de uma nuvem de fumaça que encobriu parte do estado. O órgão estadunidense relacionou o fenômeno a queimadas provocadas pelo homem, em especial para limpeza de terreno voltado à agropecuária.

Em fevereiro, a Amazônia brasileira registrou 3,1 mil focos de incêndio, o maior número já observado para este mês em toda a série histórica (1998). Deste total, 45% das queimadas ocorreram em Roraima, estado que costuma ter índices menores de incêndios.

Já o Amazonas acumulou 142 focos de incêndio em fevereiro, terceiro pior resultado para o mês desde o início da série histórica (1998) . Dos dez municípios com mais queimadas no período, seis fazem parte da região metropolitana: Presidente Figueiredo (109 focos), Novo Airão (91), Autazes (74), Itacoatiara (63), Careiro da Várzea (44) e Manacapuru (42).

Aumento

Porta-voz da campanha Amazônia do Greenpeace, Rômulo Batista explica que o aumento das queimadas na Amazônia pode ser observado por diferentes fatores. Um deles é a permanência de efeitos do fenômeno El Niño, que continua a influenciar o clima na região.

“O ano de 2023 foi o mais quente da história, com um super ‘El Niño’, fenômeno climático que também contribui para a diminuição de chuvas no bioma amazônico. Isso somado à grande seca que vimos no ano passado, causada pelas mudanças climáticas, acabou culminando nessas queimadas recorde para o período”, avalia.

Sobre Roraima, Batista diz que é preciso considerar a diferença do estado em relação às demais unidades federativas da região.

“O estado é diferente no seu verão, pois a época mais quente, com menos chuva e aumento do vento, ocorre justamente entre os meses de dezembro a abril, o que contribui para esse aumento vertiginoso dos incêndios”, diz.

Outro fator que o porta-voz do Greenpeace considera na avaliação é a mobilização de servidores do Instituto Nacional de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e do Instituto Chico Mendes de Conservação e Biodiversidade (ICMBio). Eles têm feito paralisações temporárias na fiscalização e exigido a reestruturação do órgão e das carreiras. O trabalho, porém, não chegou a ser interrompido totalmente.

“Os funcionários do ICMBio e Ibama que paralisaram as atividades por suas reivindicações justas de reposição salarial e plano de carreira são os da fiscalização, aqueles que justamente combatem o desmatamento e as queimadas ilegais na Amazônia e em outros biomas”, afirma.

*Fonte: Acrítica

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