A paralisação do transporte público aumentou de 30% para 50% da frota na manhã desta terça-feira (14), em Manaus. Sindicado dos rodoviários pede reajuste salarial e permanência dos empregos de cobradores.
A greve começou às 4h da manhã de hoje, inicialmente com 70% da frota nas ruas, mas o patamar caiu para a metade a partir das 9h. Com 50% dos ônibus nas garagens os usuários do transporte coletivo já sentem os impactos, a aposentada Adília Soares esperou por mais de uma hora a linha 448. Ela saiu de casa sem saber da greve e precisava levar documentos para a filha.
“Faz é hora que eu cheguei aqui, ainda não passou. Geralmente demora 30 minutos e até agora nada… vou ter que esperar porque não tenho dinheiro pra pegar Uber”, explicou.
Em outra parada no centro de Manaus o servidor público Raimundo Sarmento esperava pela linha 500 para voltar para casa, no bairro Monte das Oliveiras, Zona Norte. Ele ouviu nos noticiários, no dia anterior, que a greve no transporte coletivo iniciaria hoje e por isso usou uma moto de aplicativo para não perder o horário da consulta médica durante as primeiras horas da manhã.
“Sobre as paralisações é uma coisa que é um jogo político. O empresário quer o dele, o trabalhador também, isso que acontece”, comentou.
Reivindicações
A confirmação da greve ocorreu ainda durante a segunda-feira (14), quando o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Amazonas (Sinetram) obteve uma liminar favorável no Dissídio Coletivo de Greve nº 0000404-49.2025.5.11.0000 (ajuizado junto ao Tribunal Regional do Trabalho da 11ª Região) para manter a circulação 70% da frota de ônibus nos horários de pico (das 6h às 9h e das 17h às 20h) e 50% nos demais horários, sob pena de multa de R$ 60 mil por hora de descumprimento.
Segundo o Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Rodoviário de Manaus (STTRM) a greve ocorre pela falta de acordo com as empresas do transporte público. O presidente do STTRM, Givancir Oliveira, afirmou que tenta diálogo com os “patrões” há 2 meses, mas não chegaram a um consenso sobre os pedidos:
- Ajuste de 12% na data-base.
- Ajuste de 12% no valor da cesta básica.
- Gratificação de R$ 1.200 para trabalhadores que desempenham dupla função.
- Manutenção do emprego de cobradores.
Givancir explicou que pelo menos 10% do quadro geral de trabalhadores desempenha mais de uma função sem a devida remuneração corrigida, além disso entende que os reajustes precisam acontecer para assegurar a sobrevivência da classe diante do aumento dos preços de produtos e alimentos.
“A inflação está muito alta e a nossa luta pelo data-base é sobrevivência dos trabalhadores”, afirmou.
O que disse a prefeitura?
A Prefeitura de Manaus, por meio do Instituto Municipal de Mobilidade Urbana (IMMU), informou que monitora, com máxima atenção, o movimento grevista, bem como o andamento das negociações entre as partes envolvidas. A Prefeitura afirmou defender o diálogo como instrumento fundamental para a construção de soluções equilibradas, que preservem os direitos da categoria e, sobretudo, assegurem a qualidade e a regularidade do serviço público de transporte à população.
Uma reunião entre o Poder Executivo, os representantes das empresas do transporte público e os funcionários está marcada para a tarde desta terça-feira. O teor da reunião não foi divulgado, mas o STTRM vai se manifestar publicamente por volta das 16h para atualizar a sociedade sobre a manutenção ou fim da greve.
*Fonte: Acrítica