Portal Castello Connection
Internacional

Combates entre Israel e Hamas são retomados em Gaza após fim da trégua

O Exército israelense afirmou que atingiu "mais de 200 alvos terroristas"

Foto: Ibraheem Abu Mustafar

Israel retomou, nesta sexta-feira (1º), os bombardeios em Gaza, após o fim de uma trégua de uma semana com o Hamas, com um balanço provisório de mais de 100 mortos, segundo as autoridades do movimento islamista no poder naquele território palestino.

Ao ouvir as primeiras explosões, logo após o término da trégua, às 07h00 locais (02h00 no horário de Brasília), milhares de habitantes de Gaza procuraram refúgio em hospitais e escolas, convertidos em acampamentos para pessoas deslocadas, relataram jornalistas da AFP em Gaza.

Acompanhe nosso 📌 Canal no WhatsApp

O Exército israelense afirmou que atingiu “mais de 200 alvos terroristas”, principalmente áreas com “explosivos escondidos, túneis usados para fins terroristas, plataformas de lançamento [de foguetes] e centros de comando” do Hamas.

O Ministério da Saúde de Gaza relatou mais de 100 mortes, incluindo crianças, neste estreito enclave de 362 km2, de onde subiam espessas colunas de fumaça.

A retomada dos combates fechou as portas às esperanças de prolongar a trégua em vigor desde 24 de novembro, que permitiu a troca de dezenas de reféns detidos pelo Hamas por prisioneiros palestinos em Israel e facilitou a entrada de ajuda na Faixa de Gaza.

A guerra começou em 7 de outubro, quando milicianos islamistas invadiram o sul de Israel, matando 1.200 pessoas, a maioria civis, e sequestrando cerca de 240, segundo as autoridades israelenses.

Em resposta, Israel prometeu aniquilar o Hamas e iniciou uma campanha de ataques aéreos e terrestres em Gaza que, segundo o governo do Hamas, deixou mais de 15.000 mortos, a maioria civis.

Hamas vai levar uma “surra”

A trégua veio abaixo, apesar das intensas negociações diplomáticas.

Em visita à região, o secretário de Estado americano, Antony Blinken, pediu na noite de quinta-feira a prorrogação da trégua pelo “oitavo dia e mais”, e para que, em caso contrário, fossem criadas zonas “seguras” para os civis em Gaza.

Mas na manhã desta sexta-feira, o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu afirmou que o Hamas “violou” o acordo ao “disparar foguetes” contra Israel.

“O governo israelense está decidido a alcançar os objetivos da guerra: liberar os reféns, eliminar o Hamas e garantir que Gaza nunca mais represente uma ameaça para o povo de Israel”, afirmou o gabinete de Netanyahu em um comunicado.

O Hamas receberá “a mãe de todas as surras”, prometeu um porta-voz do governo israelense.

Em resposta, Ezzat el Richq, líder da Jihad Islâmica na Palestina, outro movimento armado de Gaza, afirmou que o Exército israelense “não atingirá, retomando a guerra”, os objetivos que “não conquistou antes da trégua”.

“Mapa de zonas a serem evacuadas”

Na manhã desta sexta-feira, o Exército israelense começou a enviar mensagens aos celulares dos habitantes de alguns bairros da Cidade de Gaza, no norte da Faixa de Gaza, e de regiões de fronteira com Israel, no sul, com ordens para que partissem “imediatamente” porque aconteceriam “duros ataques militares”.

Em sua página na internet, o Exército também publicou em árabe um “mapa de zonas a serem evacuadas”.

A trégua começou a perder força na quinta-feira, quando o Hamas reivindicou um ataque em Jerusalém que matou quatro israelenses.

No entanto, o movimento islamista havia expressado disposição em prorrogar a trégua, negociada pelo Catar, Egito e Estados Unidos.

Nesta sexta, a Casa Branca afirmou que os Estados Unidos continuam “trabalhando com Israel, Egito e Catar para prorrogar a pausa humanitária em Gaza”, apesar da retomada dos combates.

Na noite de quinta-feira, um último grupo de oito reféns israelenses foi libertado pelo Hamas em troca de 30 presos palestinos por Israel.

“Pesadelo”

O recomeço dos combates mergulhou mais uma vez a Faixa de Gaza em um “pesadelo”, afirmou nesta sexta-feira o chefe do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV), Robert Mardini.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, disse que lamenta “profundamente” o reinício das hostilidades e que espera que seja possível “renovar a pausa”.

A trégua permitiu um respiro a uma população cercada e abalada por sete semanas de bombardeios israelenses. Também permitiu libertar 80 reféns israelenses, todos eles mulheres e crianças, e 240 presos palestinos, também mulheres e menores.

Quase 20 estrangeiros ou pessoas com dupla cidadania, a maioria tailandeses que trabalhavam em Israel, também foram liberados, mas fora do acordo.

 “Precisamos continuar lutando”

O acordo também possibilitou a entrada de ajuda humanitária em Gaza, onde, segundo a ONU, os 2,4 milhões de habitantes sofrem insegurança alimentar.

“Nenhum caminhão de ajuda entrou em Gaza desde a retomada dos bombardeios israelenses”, afirmou à AFP Wael Abu Omar, funcionário do terminal de Rafah (sul), passagem fronteiriça entre a Faixa de Gaza e Egito.

“Porém, está sendo preparada a retirada de vários feridos e a entrada em Gaza de locais que estavam bloqueados no exterior”, afirmou.

As necessidades são imensas neste território, submetido a um bloqueio israelense desde 2007 e em estado de sítio total desde 9 de outubro.

Segundo a ONU, 1,7 milhão de pessoas foram deslocadas pela guerra e mais da metade das casas foram danificadas ou destruídas.

Em Israel, as autoridades restabeleceram a proibição de abertura de escolas que não possuam abrigos dentro dos padrões estabelecidos.

Em Tel Aviv, moradores entrevistados pela AFP disseram que a retomada das hostilidades era inevitável.

“Enquanto o Hamas estiver lá, precisamos continuar lutando”, disse Ofir Dardary, de 39 anos.

*Fonte: AFP

Relacionados

Diddy é condenado por crime relacionado à prostituição, mas se livra das acusações mais severas

Ingrid Galvão

VÍDEO: reencontro comovente entre chimpanzé e ex-cuidador após anos separados

Ingrid Galvão

VÍDEO: casal é resgatado após passar uma hora soterrado por avalanche na Argentina

Ingrid Galvão

Este site usa cookies para melhorar sua experiência. Entendemos que você está de acordo com isso, mas você pode cancelar, se desejar. Aceitar Leia mais