O corpo do artista parintinense Juarez Lima, 58 anos, chega em Manaus na próxima quarta-feira (18), informou nesta quinta-feira (12) a familia de Juarez Lima em comunicado oficial. O velório é aberto ao público e será realizado no São Angelim, dentro da segunda etapa do Centro de Convenções Vascos Vasques, a partir das 20h com Solenida Pública de Homenagem. A despedida fúnebre se encerra às 5h da quinta-feira (19).
Juarez deixa Manaus às 8h e a previsão de chegada em Parintins (distante 369 quilômetros em linha reta da capital) às 9h de quinta-feira (19). Na cidade parintinense o artista recebe as últimas homenagens em locais onde fez história como o curral Lindolfo Monteverde na Cidade Garantido, o curral Zeca Xibelão e o Bumbódromo. Na Catedral de Nossa Senhora do Carmo uma missa especial será celebrada e em seguida Juarez será enterrado no Cemitério Municipal São José.
Lima morreu no dia 22 de novembro em virtude de complicações de um Acidente Vascular Cerebral (AVC), em um hospital na cidade de Sankt Pölten na Áustria, onde cumpria uma agenda de trabalhos culturais. Ele teve o AVC no dia 19 de novembro e passou por uma cirurgia no dia 20 de novembro. “Ele sofreu um AVC muito forte, teve alguns coágulos no cerébro”, disse Juarez Filho, na época internação. Após a confirmação da morte, a família autorizou a doação dos órgãos.
Trabalhos
A ousadia sempre foi a marca registrada de Juarez Lima como artista. No Festival Folclórico de Parintins fez história com monumentais alegorias. O último trabalho dele dentro da arena foi no ano de 2019, em que esculpiu o módulo alegórico da lenda indígena, Dinahí, cujo rosto foi inspirado em Daniela Assayag, cunhã-poranga do boi Caprichoso entre os anos de 1991 e 1995. “O Juarez sempre foi uma pessoa ousada: tanto nos movimentos em que ele inovava, quanto no tamanho das esculturas que colocava na arena”, declarou a jornalista no dia 22 de novembro.
Além do festival folclórico, a religião e principalmente a fé em Nossa Senhora do Carmo esteve na vida profissional e pessoal do do artista. A Romaria das Águas, pelo quarto ano saiu de Manaus com destino a Parintins no dia 13 de julho desse ano, com o tema “Cura pela Fé – Amazônia”. A grande homenageada do carmelo, possuiu 16 metros de altura. O cortejo foi criado em 2009, na cidade parintinense.
Romaria da promessa
Em entrevista a A Crítica em julho deste ano, Juarez lima contou que em uma tarde de janeiro daquele ano, estava no porto do município e viu a silhueta de Nossa Senhora do Carmo nas nuvens.
Alguns meses depois, em maio, mestre Jair Mendes, grande amigo da família Lima, sofreu um AVC, o que gerou grande preocupação em Juarez. Devoto de Nossa Senhora do Carmo, ele afirmou ter sonhado com a santa que lhe concedeu três desejos, mas apenas um o interessava, a cura do amigo.
De acordo com o relato, à noite, Juarez se juntou com os filhos e todos rezaram pela melhora do quadro de saúde de Jair. “Rezamos um terço às 19h e às 21h eu recebo uma ligação. Era a voz do seu Jair dizendo que da ambulância ele tinha ouvido as nossas orações” comentou Juarez ao reporóter Lucas Motta de acrítica em julho desse ano. O reecontro entre os dois amigos ocorreu quando Jair estava em um galpão onde esculpia a imagem da santa.
Nesse dia, Juarez se lembrou do que viu no porto da cidade e teve a ideia de criar a Romaria das Águas, que existe há 15 anos. Por 11 anos o cortejo santo foi realizado apenas nas proximidades de Parintins, mas durante a pandemia a família Lima foi acometida pela Covid-19. A doença ceifou a vida da esposa de Juarez, Irlane Lima, mas o devoto fez outra promessa em nome da saúde dos filhos, que também foram diagnosticados positivamente. A recuperação deles é paga há três anos com a saída da romaria do porto de Manaus, em 2024 foi a quarta vez.
*Fonte: Acrítica