Um ex-enfermeiro de 44 anos foi condenado nesta quarta-feira (6) à prisão perpétua pelo assassinato de dez pacientes em um hospital de cuidados paliativos em Würselen, perto de Aachen, na Alemanha. O Tribunal Regional de Aachen considerou o homem culpado por dez homicídios e 27 tentativas de homicídio, cometidos entre dezembro de 2023 e maio de 2024.
Segundo as investigações, o enfermeiro injetava medicamentos como o sedativo midazolam em pacientes idosos e com doenças graves, “a seu próprio critério”, durante os turnos noturnos quando costumava trabalhar sozinho e sem supervisão. O objetivo, segundo os promotores, era reduzir sua carga de trabalho, e não aliviar o sofrimento das vítimas.
Acompanhe nosso 📌 Canal no WhatsApp
Durante o julgamento, o juiz Markus Vogt descreveu o comportamento do acusado como “cínico e cruel”, afirmando que o réu se via “autorizado a decidir se a vida de um paciente valia a pena”. O magistrado ressaltou ainda que o homem não agiu por compaixão, mas por puro incômodo com o sofrimento alheio, que considerava uma “perturbação” à sua rotina.
“O réu demonstrou distúrbios narcisistas e ausência total de empatia. Ele se via como superior aos médicos e acreditava que suas decisões eram as únicas corretas”, declarou Vogt, ao ler a sentença.
Durante o processo, o ex-enfermeiro admitiu ter administrado os medicamentos, mas negou ter intenção de matar. Ele alegou que apenas queria aliviar a dor dos pacientes. A defesa pediu a absolvição, mas os promotores sustentaram que os atos foram intencionais e pediram a proibição vitalícia do exercício da enfermagem.
O tribunal reconheceu a culpa agravada, o que torna improvável que o condenado seja libertado após cumprir o mínimo de 15 anos previsto para prisões perpétuas na Alemanha.


