O Festival Psica, maior evento de música do Norte do Brasil, deu início nesta terça-feira (22) à venda do primeiro lote de ingressos para a edição 2025. Chamado de “Confia no Psica”, o lote oferece entradas a R$99,90 (meia-entrada) para dois dias de programação no Estádio Mangueirão, em Belém. A estratégia antecipa a divulgação do line-up, prevista para 6 de maio, e fortalece a conexão com o público que confia na curadoria do festival, especialmente nas periferias amazônicas. O evento amazônico acontece entre os dias 12 e 14 de novembro.
“Já virou tradição. É o lote de ingressos que a gente lança pros fãs que já frequentam, que já acompanham o Psica há muitos anos e nunca se decepcionam, sempre sabem que vem coisa boa, e conseguem comprar o ingresso num precinho bacana, antes mesmo de a gente divulgar qualquer atração. Isso aí é para tornar o festival ainda mais acessível. Isso é um presente para os nossos fãs. E a gente tem certeza que quem comprar agora o lote não vai se arrepender”, garante Jeft Dias.
Depois de uma edição histórica, com atrações internacionais e um público recorde de mais de 100 mil pessoas em 2024, chegou o momento do retorno da Dourada. O Psica 2025 começa na sexta-feira, dia 12 de dezembro, com programação gratuita em cinco palcos a céu aberto no bairro da Cidade Velha. Em seguida, o festival ocupa o Estádio Olímpico do Pará, o Mangueirão, para dois dias de festa, no sábado e domingo, 13 e 14 de dezembro, com mais 5 palcos numa imersão na cultura pan-amazônica a partir do olhar das periferias do Norte brasileiro.
O Festival Psica 2025 tem patrocínio máster da Petrobras através da Lei de Incentivo à Cultura Rouanet. A realização é da Psica Produções, Ministério da Cultura e Governo Federal União e Reconstrução.
O retorno
O conceito da edição 2025 é o caminho de volta do percurso do peixe “dourada”, que faz a mais longa migração de água doce do mundo: são mais de 11 mil quilômetros percorridos na imensidão da Amazônia. Depois de descer a cordilheira dos Andes, no Peru, onde nasce o rio Amazonas no Brasil, até o Pará, no Estuário amazônico, agora a ideia é fazer o caminho contrário: mostrar a influência e contribuição da cultura da foz em toda a extensão do rio e na cultura latina. Da melodia caribenha às maracas do carimbó, o festival está de ouvidos abertos para pluralidade rítmica forjada no fluxo de trocas e vivências milenares neste território continental.
“A dourada é essa metáfora que resume a pulsão que sempre moveu o Psica: viver profundamente as Amazônias. Essa conexão nos levou a pensar no percurso da dourada, peixe que vem dos Andes até a baía do Marajó. Em 2025, a gente segue falando sobre o ciclo da dourada. Para completar o ciclo, ela precisa fazer esse caminho de volta. E é isso que a gente vai explorar: esse caminho do Pará, atravessando outros países amazônicos, até chegar no seu destino, que são os Andes peruanos. E aí isso vai estar muito presente no line-up. No ano passado, a gente envolveu artistas de vários territórios que compõem a Amazônia, como o Amazonas, Maranhão, Peru. Para esse ano, a gente pretende trazer isso de volta, ainda mais forte. Então o line-up vai representar muito do imaginário popular amazônico, que habita no nosso subconsciente, na nossa memória afetiva. São coisas que a gente experiencia aqui se conectando também com o Brasil e o mundo afora”, diz Jeft Dias, diretor do Psica.
Origem
O Psica surgiu em 2012, a partir da inquietação de dois homens pretos periféricos, nascidos e criados na região metropolitana de Belém, que apostaram no protagonismo da Amazônia. Nesta edição, a proposta é dobrar a meta: reverberar como nunca os ritmos feitos de batuques, suingues e samples que se espraiam em ondas sonoras pelos países, becos, etnias e sotaques desse território colossal, mundiado pela ancestralidade miscigenada que conecta povos, histórias, raízes e nos fazem gigantes.
“A gente não fala a mesma língua, mas sente o mesmo calor, sente o mesmo cheiro, o mesmo gosto. A influência da música caribenha, da cúmbia, que chega aqui e deságua no brega-pop, no calypso. Vamos falar muito sobre essa conexão. Em 2024 a gente recebe o sinal e em 2025 a gente manda de volta. Como uma rede. O que se transforma nesse processo do peixe e o que se transforma em nós. A dourada é uma boa ‘isca’ para falarmos da Amazônia e das questões ambientais”, completa Gerson Junior, diretor do festival.