25.3 C
Manaus
29/03/2025
Portal Castello Connection
BrasilGeral

Ibama aplicou multa de R$2,2 milhões em matadouro do Deputado Cristiano D’Angelo

Parlamentar foi um dos principais patrocinadores da 2ª Feira Agropecuária de Manacapuru.

Foto: Reprodução

O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) multou em R$ 2,2 milhões o  matadouro e frigorífico Mafrico, empresa pertencente ao deputado estadual Cristiano D’Angelo (MDB). O parlamentar figurou, neste fim de semana, como um dos patrocinadores da 2ª ExpoManacá, feira agropecuária realizada pela Prefeitura de Manacapuru.

Segundo o sistema de consulta pública a autuações ambientais e embargos do Ibama, o matadouro, que fica localizado em Manacapuru, município que é governado pelo irmão do parlamentar, o prefeito Beto D’Angelo (MDB),  possui duas multas registradas em seu CNPJ desde o dia 22 de outubro deste ano. A primeira está na categoria “controle ambiental” no valor de R$ 256 mil por violar o artigo 54 do decreto 6514/2008, que dispõe sobre as infrações e sanções administrativas ao meio ambiente.

A infração descrita no artigo acima torna crime adquirir, intermediar, transportar ou comercializar produto ou subproduto de origem animal ou vegetal produzido sobre área objeto de embargo. A multa é de R$ 500 por quilo ou unidade do produto. O sistema do Ibama mostra que o matadouro está embargado por infração de licenciamento desde 22 de outubro.

A segunda multa está categorizada como “Outras” no valor de mais de R$ 2 milhões por  violar o artigo 66 do mesmo decreto, que proíbe a construção, reforma, ampliação, instalação ou funcionamento de estabelecimentos, atividades, obras ou serviços utilizadores de recursos ambientais, “considerados efetiva ou potencialmente poluidores, sem licença ou autorização dos órgãos ambientais competentes, em desacordo com a licença obtida ou contrariando as normas legais e regulamentos pertinentes”.

A multa prevista nesse artigo varia de R$ 500 a R$ 10 milhões. Incorre nas mesmas multas quem fizer os atos previstos no artigo em área de proteção de mananciais, legalmente estabelecidas, sem anuência do respectivo órgão gestor e deixa de atender a condicionantes estabelecidas na licença ambiental.

Ambas as multas estão em fase de homologação e abertura de prazo de defesa do proprietário do matadouro.

Três meses antes, em julho, o matadouro Mafrico assinou um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com o Ministério Público Federal (MPF) se comprometendo a adquirir ou abater gado bovino somente de fornecedores e dos imóveis que atendam aos seguintes critérios mínimos:

“Tenham inscrição válida no Cadastro Ambiental Rural (CAR) ou Sicar; não tenham realizado desmatamento ilegal de novas áreas a partir de 22/07/2008; não possuam sobreposições com unidades de conservação, terras indígenas e comunidades quilombolas; não possuam sobreposições com polígonos de embargos do Ibama e/ou órgão ambiental estadual; não possuam CPF ou CNPJ inserido na ‘Lista Suja do Trabalho Análogo ao Escravo’ do Ministério do Trabalho e Emprego”, diz a lista.

A empresa também ficou obrigada, segundo o TAC, a se submeter ao monitoramento de seus fornecedores de acordo com o Protocolo de Monitoramento de Fornecedores de Gado da Amazônia, em conformidade com o MPF. Caso o Ministério Público altere o protocolo, a empresa terá 90 idas para implantar as novas exigências.

Na hipótese de o MPF recomendar a exclusão de fornecedores motivada por investigação ou ação judicial, a empresa deverá fazê-lo imediatamente após a comunicação ao responsável. Após a exclusão, a empresa deve retornar ao MPF para mostrar que a ordem foi cumprida.

“O monitoramento efetuado pela empresa deverá abranger os fornecedores indiretos, nos graus, formas e prazos a serem detalhados no protocolo de monitoramento, pressupondo-se a acessibilidade à informação necessária para a identificação de tais fornecedores”, diz o TAC.

A reportagem entrou em contato com o deputado por meio de sua assessoria e aguarda posicionamento sobre a multa aplicada pelo Ibama.

Galináseos

Dono do frigorífico Mafrico, o deputado Cristiano D’Angelo foi divulgado como um dos patrocinadores da segunda edição da ExpoManacá, junto da Prefeitura de Manacapuru por meio da Secretaria Municipal de Produção Rural. O evento contou com shows de Naira Azevedo e de Gustavo Mioto (ao custo de mais 1 milhão os dois), e do cantor Grelo, cujo valor do contrato não foi divulgado no Diário Oficial dos Municípios.

Palco do festival das cirandas Flor Matizada, Guerreiros Mura e Tradicional, o Parque do Ingá  foi transformado, nesse fim de semana, em um curral onde foram realizados rodeios, futebol com gado. O evento também promoveu  exposição de animais e equipamentos e uma feira de negócios.

O município não figura na lista de maiores criadores de gado do Amazonas, segundo pesquisa de Produção Agropecuária Municipal (PPM), de 2023, realizada e divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os municípios com os maiores rebanhos foram Lábrea (652 mil), Boca do Acre (475 mil), Apuí (293 mil), Manicoré (179.408) e Novo Aripuanã (95.660).

Na avicultura, contudo, Manacapuru, ocupa a segunda posição do ranking estadual, segundo o IBGE. No ano passado, o Amazonas produziu 4,6 milhões de galináceos, sendo 3,1 milhões de galinhas. Manaus foi o município com a maior produção de galináceos, com 2 milhões de cabeças; seguido por Manacapuru (724 mil cabeças); e Iranduba (398 mil cabeças).

*Fonte: Acrítica

Relacionados

8 de janeiro: PGR defende que mulher que pichou estátua no STF vá para prisão domiciliar

Redação

Primeiro alerta de cheia aponta previsão de normalidade, em Manaus

Redação

VÍDEO: jovem viraliza ao acolher mulher trans em live de evangelização

Redação

Este site usa cookies para melhorar sua experiência. Entendemos que você está de acordo com isso, mas você pode cancelar, se desejar. Aceitar Leia mais