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Manauara selecionada para o CWLN 2025

Cofundadora do Impact Hub Manaus, Juliana Teles participará da Rede de Liderança Feminina da Columbia no Brasil, levando o Norte a novo patamar.

Foto: Divulgação

Ser mulher no mundo corporativo ainda é um desafio repleto de barreiras, mas também uma oportunidade de transformar cenários. Juliana Teles, manauara de 34 anos, jornalista e cofundadora do Impact Hub Manaus, é um exemplo disso. Ela foi selecionada entre mais de 400 candidaturas para integrar o prestigiado Columbia Women’s Leadership Network (CWLN) 2025 e levará a liderança feminina do Norte do Brasil a um novo patamar.

O programa, promovido pelo Columbia Global Centers/ Rio de Janeiro, selecionou apenas 30 mulheres líderes de todo o país para capacitações intensivas e uma semana em Nova York, onde serão discutidos temas como liderança, diversidade e equidade.

Em entrevista, Juliana falou não somente sobre sua expectativa de participação no programa, mas também comentou sobre temas que serão discutidos ao longo das atividades, como diversidade e equidade de gênero, além de destacar a importância da presença de mulheres em cargos de liderança.

“Acho que ainda é algo não colocado em prática por todos. A importância e a relevância da presença de mulheres em cargos de liderança e o quanto isso é relevante, mas, ao mesmo tempo, o quão baixa é a presença de mulheres em lugares de tomada de decisão. Programas como esse, que são de altíssimo nível, de certa forma chancelam para que essas mulheres consigam alcançar cada vez mais espaços”, destacou Juliana.

Pioneiro no Brasil, o CWLN seleciona anualmente profissionais de nível médio-sênior com o objetivo de desenvolver uma crescente rede de mulheres que contribuirão para a transformação do país. O programa consiste em seis módulos que incluem aulas, atividades de networking, mesas-redondas, seminários, workshops, sessões de mentoria e, por fim, um seminário de apresentação dos resultados dos projetos finais.

Para participar do programa, é necessário ser mulher em cargos de nível médio-sênior, com pelo menos três anos de experiência em posições de gestão, graduação completa e proficiência em inglês. Representando a Região Norte no CWLN, Juliana afirma que a oportunidade é mais que uma conquista pessoal, é a representação de que mulheres da Amazônia também têm voz e espaço na construção de lideranças mundiais.

“Gostaria de mostrar que a gente consegue ter oportunidades, que não precisamos sair de Manaus para acessar grandes redes, grandes oportunidades. Existem oportunidades muito valiosas que, muitas vezes, não chegam de forma acessível aqui, mas que são possíveis, sim”, comentou a manauara.

“Então, acho que as oportunidades são reais e gostaria que outras mulheres também tivessem essa oportunidade nas próximas turmas, para que cada vez mais possamos ter mulheres preparadas para a tomada de decisão, com uma visão antenada ao que está acontecendo no restante do mundo, com uma cultura voltada para o impacto e para a diversidade, para construirmos a cidade que queremos”, completou.

Troca de experiências

Para Juliana, a oportunidade vai além do aprendizado técnico. Durante o programa, que terá atividades ao longo do ano, ela também terá contato com outras mulheres de diversos setores, e essa experiência pode abrir portas para novas perspectivas e projetos de inovação e impacto no Norte do país.

“Temos um programa hoje de gênero, que é uma rede de mulheres investidoras, no qual treze mulheres empresárias do Amazonas estão investindo em um fundo. Esse fundo vai apoiar negócios de outras mulheres. Essa primeira edição vai acontecer em Paricatuba, onde vamos investir em doze negócios e acompanhar o desenvolvimento deles durante um ano. Acho que, com esse aprendizado e tudo que viverei lá, conseguiremos dar mais visibilidade para isso”, comentou.

Além disso, Juliana destacou a importância de espaços como o CWLN para promover a equidade de gênero no Brasil, uma das premissas do programa. Com anos de experiência à frente do Impact Hub Manaus, ela afirma que teve a grata oportunidade de compartilhar a gestão com um sócio alinhado aos seus princípios, mas também enfrentou desafios que muitas mulheres conhecem bem ao longo da carreira.

“Existe, de forma subjetiva e muitas vezes inconsciente, toda uma dinâmica social que quase impede mulheres de ocuparem certos espaços. Acho que o meu desafio, especialmente no início, foi entender que, mesmo sendo uma mulher jovem, eu podia estar nesses espaços. Por mais que não parecesse, esses espaços me cabiam. E cabem”, disse.

“Além disso, há a questão de que, geralmente, homens escutam mais homens, e eles acabam ocupando mais esses espaços, nem sempre com o maior preparo. Mas existe toda essa dinâmica social que permite que isso aconteça. Então, do meu lado, o principal desafio foi compreender que eu podia, sim, estar nos lugares que eu queria, por mais que esses lugares não dissessem isso”, completou.

Questionada sobre as ações necessárias para superar essas barreiras, ela é enfática: “É bem complexo e estrutural. Acho que, de forma prática, precisamos entender cada vez mais que a questão é coletiva, não individual, e que só transformamos isso se houver um esforço real e intencional de mudança”.

*Fonte: Acrítica

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