Durante participação no simpósio Conectando Clima e Natureza: Recomendações para Negociações Multilaterais, realizado em Brasília nesta terça-feira (15), a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, reforçou a urgência de uma transição planejada para o abandono dos combustíveis fósseis. A ministra destacou que, diante do agravamento da crise climática, a mudança de matriz energética precisa ser conduzida com responsabilidade e justiça social.
Marina relembrou que o compromisso com o meio ambiente assumido na ECO-92, há mais de três décadas, ainda exige ações concretas e coordenação internacional. “Se não planejarmos a transição, seremos empurrados por ela. E já estamos sendo”, afirmou.
A ministra também frisou a necessidade de que os países signatários do Acordo de Paris apresentem suas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) antes da próxima Conferência do Clima (COP30), que ocorrerá em Belém (PA), em 2025. Segundo ela, a COP deve ser encarada com seriedade: “Não é uma festa, é uma luta.”
Sonia Guajajara, ministra dos Povos Indígenas, também esteve presente no evento e destacou o papel dos povos originários na construção de soluções climáticas. Para ela, o conhecimento tradicional indígena deve ser valorizado como ciência na tomada de decisões globais. “Os povos indígenas não ergueram grandes cidades, mas construíram uma grande floresta”, disse, em referência ao papel dessas comunidades na preservação da biodiversidade da Amazônia.
Ambas as ministras reforçaram que o enfrentamento das mudanças climáticas requer planejamento, colaboração multilateral e a valorização da sabedoria ancestral como ferramenta legítima na busca por um futuro sustentável.
*Fonte: AM POST