25.3 C
Manaus
26/02/2025
Portal Castello Connection
CidadeEconomia

Nova Amazonas Energia vai priorizar combate a “gatos” e cobrança de dívida

Depois de seis anos de privatização, Grupo Oliveira perde o controle da Amazonas Energia para a empresa Ambar, da J&F.

Foto: Reprodução

Após a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovar a transferência da Amazonas Energia, a mando da Justiça Federal, a assinatura do aditivo que concluirá a transação deve ser feita em até dez dias. A concessionária, que acumula R$ 11 bilhões em dívidas, ficará nas mãos da empresa Future Venture e do Fundo Milão. Conforme apuração, o novo comando deve priorizar o combate às perdas não técnicas (gatos) e a cobrança de uma dívida de R$ 1 bilhão do governo estadual referente à energia elétrica.

A troca de controladoras só foi possível por ordem da Justiça Federal, após pressão do Grupo Oliveira Energia, atual controlador da Amazonas Energia, das novas interessadas e do Ministério de Minas e Energia. A Aneel, embora tenha cumprido a decisão, recorreu para que a transferência seja suspensa. Ainda não há decisão contrária.

A mudança no comando da Amazonas Energia ocorre seis anos após o governo Michel Temer conceder a empresa à iniciativa privada. Em 2018, um leilão garantiu o controle da concessionária ao consórcio Oliveira Energia – Atem. Em 2020, esta segunda empresa vendeu a participação e restou apenas o Grupo Oliveira.

A Future e o Fundo Milão serão inseridos no contrato de concessão por meio de um aditivo. Da mesma forma, será feita a retirada do Grupo Oliveira Energia. Ambos são controlados pela  Ambar Energia, do grupo J&F, dos irmãos Wesley e Joesley Batista.

Até 8 meses

O processo completo de transição, porém, deve durar entre seis a oito meses, estima uma fonte que acompanha de perto as conversas. “Já estão sendo feitas auditorias na empresa para entender todo o processo de funcionamento interno. Como se trata de uma empresa regulada, é preciso ter todas essas informações, verificar se os indicadores estão corretos para a tomada de decisões”, explicou.

A reportagem apurou que os novos controladores deverão planejar novas ações para combater as chamadas perdas não técnicas (gatos) e, principalmente, cobrar as dívidas de inadimplentes. O maior devedor, hoje, é o governo do Amazonas, que acumula um débito de cerca de R$ 1 bilhão. Cerca de R$ 200 milhões desse valor é referente aos gastos da Secretaria Estadual de Saúde com energia.

“O governo estadual não paga as contas desde 2019. Quem ainda paga um pouco é a Secretaria de Saúde, mas as outras dificilmente quitam algo. Só a Secretaria de Desporto deve R$ 20 milhões da conta de energia da Arena da Amazônia”, afirmou a mesma fonte.

 Equilíbrio financeiro  é a meta

O abatimento das dívidas das prefeituras e do governo é considerado crucial para a busca por um equilíbrio financeiro da empresa. O Fundo Milão também se comprometeu a fazer um aporte de R$ 6 bilhões para reduzir os débitos da Amazonas Energia e permitir a melhoria do sistema.

Por determinação da juíza federal do Amazonas Jaiza Maria Pinto Fraxe, a Aneel teve de aprovar um plano que prevê R$ 14 bilhões em custos para os consumidores brasileiros ao longo de 15 anos. Esse valor se refere a dívidas da concessionária com a Eletrobras e outras geradoras de energia. O custo irá para a conta de todos os brasileiros por meio de uma ‘taxa’ já existente na tarifa, a Conta de consumo de Combustíveis (CCC).

O plano de transferência aprovado também antevê a flexibilização de parâmetros de avaliação da Aneel junto à concessionária, como custos operacionais, trajetórias de perdas não técnicas e receitas irrecuperáveis.

A Aneel chegou a aprovar, por três votos a um, uma versão alternativa do plano, apresentada pela área técnica. O documento previa um custo menor aos brasileiros, de R$ 8,04 bilhões, mas a Justiça Federal ordenou que o plano aprovado deveria ser aquele apresentado pelas empresas interessadas. Na segunda-feira, em decisão monocrática, o diretor-geral da Agência, Sandoval Feitosa, aprovou a transferência com o plano de R$ 14 bilhões para cumprir a decisão.

*Fonte: Acrítica

Relacionados

Aprovados em concurso da PM voltam a cobrar convocação na ALE

Redação

Caixa paga Bolsa Família a beneficiários com NIS final 7, nesta terça-feira

Informações Agência Brasil

Incêndio em usina de energia deixa cidade sem luz, no interior do Amazonas

Redação

Este site usa cookies para melhorar sua experiência. Entendemos que você está de acordo com isso, mas você pode cancelar, se desejar. Aceitar Leia mais