Às vésperas da COP30, que será sediada em Belém, um relatório da ONU acende um novo alerta sobre o aquecimento global, o planeta pode ultrapassar de forma definitiva o limite de 1,5°C acima dos níveis pré-industriais já na próxima década.
O documento, divulgado pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) nesta terça-feira (4/11), mostra que, mesmo com avanços nas metas climáticas, o ritmo atual das reduções de emissões ainda é insuficiente para conter o aquecimento.
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As projeções indicam que, se todas as promessas feitas pelos países signatários do Acordo de Paris (2015) forem cumpridas, a temperatura média global deve subir entre 2,3°C e 2,5°C até o fim do século. No entanto, se as políticas permanecerem como estão, o planeta pode atingir 2,8°C de aquecimento até 2100.
A diretora do PNUMA, Inger Andersen, afirmou que o mundo está “muito aquém do necessário” e destacou que as soluções já estão disponíveis: “Sabemos o que precisa ser feito — desde o rápido crescimento da energia renovável até o enfrentamento das emissões de metano. O desafio é agir dentro de uma janela cada vez mais curta.”
Um avanço, mas ainda insuficiente
O relatório aponta uma leve melhora em relação às previsões de anos anteriores — em 2023, a estimativa era de até 2,8°C de aquecimento. Ainda assim, o cenário segue preocupante. Para limitar o aumento a 1,5°C, seria necessário cortar mais de 55% das emissões até 2035, algo considerado improvável diante das políticas atuais.
Contexto global
Antes do Acordo de Paris, as previsões indicavam um aumento de até 3,5°C. Na última década, o avanço das energias renováveis ajudou a frear parte das emissões, mas o consumo de combustíveis fósseis bateu recorde em 2024, crescendo 2,3% em relação ao ano anterior.
O relatório afirma que o ponto de não retorno pode estar próximo — e que reverter o aumento das temperaturas exigirá cortes drásticos nas emissões de petróleo, gás e carvão.


