A força-tarefa da Operação Caminhos Seguros resultou na prisão de 139 pessoas acusadas de crimes sexuais contra crianças e adolescentes em todo o Amazonas. A ação foi realizada ao longo de 30 dias e também apreendeu quatro adolescentes suspeitos de envolvimento em abusos, principalmente casos de estupro.
Durante esse período, 108 crianças e adolescentes foram resgatados de situações de exploração sexual ou extrema vulnerabilidade. A operação envolveu mais de 900 servidores públicos, atuando em ações repressivas e educativas nos 62 municípios do estado.
Além das prisões, a operação realizou fiscalizações em motéis, pousadas irregulares, portos e semáforos, com apoio da Central Integrada de Fiscalização (CIF) e de órgãos da rede de proteção à infância, como Conselhos Tutelares e CREAs.
O delegado-geral da Polícia Civil, Bruno Fraga, destacou a atuação inédita da operação no interior do estado, o que contribuiu para o número expressivo de prisões.
“Vários flagrantes foram realizados, medidas cautelares cumpridas e 139 suspeitos agora estão reclusos”, afirmou.
O subcomandante da PMAM, coronel Thiago Balbi, ressaltou que o trabalho da Polícia Militar incluiu patrulhamento escolar, policiamento ostensivo e apoio a ações integradas nos municípios.
Trabalho educativo alcançou mais de meio milhão de pessoas
Além do combate direto aos abusadores, a operação também teve forte caráter preventivo e educativo. Foram realizadas mais de 330 palestras, cerca de 150 ações de panfletagem e outras atividades de conscientização, que atingiram mais de 40 mil pessoas presencialmente e meio milhão por meio de redes sociais e mídias digitais.
Programas como o Proerd e o Formando Cidadãos, da Polícia Militar, também fizeram parte da campanha.
A delegada Juliana Tuma, titular da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca), reforçou a importância da aproximação com a comunidade escolar:
“Estivemos diariamente em contato com alunos, levando informação e apoio”, disse.
Já a secretária de Justiça, Jussara Pedrosa, destacou que informar é uma das formas mais eficazes de proteger:
“Quando a criança entende o que é violência e aprende a se proteger, ela ganha mais segurança e acesso aos canais de denúncia”, concluiu.
A operação foi uma ação conjunta envolvendo diferentes esferas do poder público e mostrou a importância da união entre repressão, prevenção e educação no combate aos crimes contra a infância.