O ser humano educa quando transmite ideias, busca novas formas de ensinar valores, produz conhecimentos e desenvolve competências. A educação, por ser um processo global e integrado, envolve a sociedade e vai muito além das instituições formais de ensino-aprendizagem. Família, amigos, escola, meios de comunicação, igrejas, empresas e internet são exemplos de grupos sociais que educam, aprendem, trocam informações, sofrem influências e se adaptam a novas situações.
As pessoas se relacionam e aprendem constantemente, desconstruindo ideias e reconstruindo novas visões a partir de suas relações, não só durante o período da educação formal (educação básica e superior), e sim ao longo da vida.
Para tanto, o paradigma da complexidade passa a ser a premissa quanto ao aprender a aprender significativo e permanente, com o qual os alunos, desde crianças, passam a ser exploradores, curiosos e confiantes, aprendendo a compreender os fenômenos que acontecem em suas vidas para, com isso, resolverem problemas com criatividade (CLAXTON, 2005). Muda-se, assim, o conceito de aprendizado, que passa a ser algo mais do que conteúdos curriculares. Ao mudar esse conceito, muda-se a forma de aprender e a de ensinar.
Diante desse contexto e focando o papel do professor, a docência deve ser crítica e reflexiva. Dessa forma, “a aprendizagem passa a ter foco na visão complexa do universo e na educação para a vida” (BEHRENS, 2006,p. 14). Com isso, há o entendimento global, a superação do disciplinar e a visão complexa (MORIN, 2000) como características desse contexto. Para a autora, que discute o papel do professor frente a esse novo paradigma: a “complexidade não é apenas um ato intelectual, mas também o desenvolvimento de novas ações individuais e coletivas que permitam desafiar os preconceitos, que lancem novas atitudes para encarar a vida, que gerem enfrentamentos dos medos e conquistas” (BEHRENS, 2006, p. 21).
Iniciativas metodológicas são discutidas objetivando a autonomia e a educação significativa, reflexiva e crítica, necessária para o atual paradigma da complexidade. Têm-se os ambientes colaborativos, os games, a pedagogia por projetos, o ensino híbrido, os Massive Open Online Courses (MOOCS) e as salas de aula invertidas (BANHARA; FIGUEIREDO; LAMAISON, 2014), tema deste estudo.
Este texto foi baseado no artigo A Sala de Aula Invertida como Metodologia Convergente ao Paradigma da Complexidade dos autores Carla Castello Branco, Marilda Aparecida Behrens, Paulo Fernando Martins, Sirley Terezinha Filipak.