O prefeito de Manaus, David Almeida (Avante), afirmou que enviará até esta quinta-feira (20) à Câmara Municipal de Manaus (CMM) os projetos para um novo pedido de empréstimo no valor de R$ 2 bilhões, o maior desde o início da gestão, e recriar a secretaria municipal de Esportes, além de ampliar as pastas da Segurança e Comunicação. As informações foram divulgadas pelo prefeito ao site Estado Político.
Segundo o chefe do Executivo municipal, o empréstimo será feito junto ao Branco do Brasil para financiar projetos e ações da administração municipal, mas não detalhou ainda quais serão as destinações dos recursos. Em entrevista coletiva nessa segunda-feira (17), o líder do prefeito na CMM, vereador Eduardo Alfaia (Avante), demonstrou confiança na aprovação do pedido quando chegasse à casa.
Sobre o projeto de reforma administrativa, que já havia sido adiantado pelo prefeito na leitura da mensagem anual, uma das prioridades é a transformação da Fundação Mais Esporte (FME) em secretaria.
Até 2020, o setor esportivo era atendido pela Secretaria Municipal de Juventude, Esporte e Lazer (Semjel). A pasta foi extinta ainda no mandato do ex-prefeito Arthur Virgílio Neto (sem partido) e teve promessas de recriação por David Almeida ao longo de seu primeiro mandato, mas só agora a ideia deve sair do papel.
Além disso, a reforma inclui a ampliação das secretarias municipais de Segurança Pública e Defesa Social (Semseg) e de Comunicação (Semcom) e fortalecimento da Defesa Civil com o intuito de prevenir desastres naturais. David Almeida afirma que a proposta “até quinta, estará pronta para ser enviada à Câmara [Municipal de Manaus]”.
Dificuldades
Em 2024, a oposição ao prefeito, potencializada pela pré-candidatura do deputado estadual Roberto Cidade (União) a prefeito de Manaus, rejeitou pela primeira vez um pedido de empréstimo no valor de R$ 600 milhões. O pedido foi reenviado no valor de R$ 580 milhões e aprovado por uma pequena maioria de 21 vereadores.
David Almeida enfrentou novas dificuldades na aprovação de um ajuste no empréstimo, a pedido do Ministério da Fazenda, para conseguir a liberação dos recursos junto ao Banco do Brasil. O projeto foi enviado em fevereiro e levou dois meses para ser votado, mas acabou aprovado com 22 votos.
Desde o início de seu primeiro mandato, o prefeito acumula mais de R$ 1,7 bilhão em empréstimos para o município. O primeiro, de R$ 470 milhões, foi aprovado em abril de 2021 para fortalecer o Fundo Municipal de Desenvolvimento Urbano (FMDU). Na época, a justificativa era a emergência causada pela pandemia de Covid-19. Nos anos seguintes, a CMM aprovou mais três pedidos de empréstimo de R$ 100 milhões, R$ 600 milhões e R$ 580 milhões, respectivamente.
No início de 2025, o prefeito afirmou em entrevista ao jornalista Ronaldo Tiradentes que sua gestão quitou mais de R$ 3 bilhões entre 2021 e 2024 oriundos de empréstimos de gestões anteriores e que a capital possui uma excelente saúde fiscal para pagamento e endividamento, mas existe uma dificuldade para realização de investimentos, o que leva a necessidade de realizar empréstimos.
Entre 2014 e 2024, a dívida consolidada da Prefeitura de Manaus aumentou em 460,8%, segundo o Sistema de Informações Financeiras (Siconfi) do Tesouro Nacional. Até o primeiro quadrimestre do ano passado, ela estava em R$ 3,5 bilhões, ao passo que em 2014, durante o primeiro mandato de Arthur Neto, o índice era de R$ 628 milhões.,
*Fonte: Acrítica