Nos últimos dias, a primeira-dama de Manaus, Izabelle Fontenelle, tornou-se alvo de intensos ataques nas redes sociais após a ampla repercussão de um vídeo em que aparece em uma festa no Caribe, durante viagem no feriado de Canrnaval. A situação gerou uma onda de críticas e especulações, levantando suspeitas sobre a existência de um gabinete do ódio, com campanha organizada para atingir não apenas Izabelle, mas também seu marido, o prefeito de Manaus, David Almeida.
O conteúdo foi divulgado de forma simultânea e ampla por vários blogs, portais e páginas de fofoca no Instagram, que fazem oposição ao prefeito, o que sugere um movimento coordenado para amplificar o caso. Esse tipo de estratégia, muitas vezes associado ao chamado “gabinete do ódio”, tem sido utilizado para desestabilizar figuras públicas através de ataques sistemáticos e virais.
Izabelle foi duramente criticada inclusive tendo sua fé questionada. “Mas ela não é crente?”, disse um internauta. “Recatada e do lar confia nesses novos adventistas. Imagina a irmã do David essa hora dizendo: ‘eu avisei’”, disparou outra.
Diante das ofensivas, Izabelle utilizou suas próprias redes sociais para manifestar sua indignação e denunciar o que considera uma perseguição machista e política. Em um longo desabafo, ela afirmou que enfrenta ataques há anos e que a recente polêmica só reforça o peso do julgamento enfrentado pelas mulheres na sociedade.
“Nos últimos anos, tenho enfrentado ataques que, para muitos, poderiam ser insuportáveis. Falas distorcidas, julgamentos e críticas que, se não tivermos a cabeça no lugar e o coração em paz, são capazes de destruir a saúde emocional de qualquer pessoa. Por trás desses ataques estão interesses, tanto econômicos quanto políticos. E quanto maior o interesse, maior a baixaria”, declarou a primeira-dama.
Ela ainda fez referência ao recente Dia Internacional da Mulher, ocorrido no último sábado (8) um dia antes antes da polêmica ganhar força os ataques, e questionou a contradição entre os discursos de empoderamento feminino e a realidade enfrentada por mulheres em posições de destaque. “O massacre que tentam afligir especificamente a mim neste período mostra o lado sombrio dessas pessoas. Mas eu sigo firme. Não por ser imune, mas porque escolhi não permitir que esse ódio disfarçado de ‘notícia’ defina quem eu sou”, completou.
Interesses políticos em jogo?
A primeira-dama também destacou que os ataques não têm relação com sua conduta, mas sim com uma estratégia política para atingir a gestão de David Almeida. Segundo Izabelle, a exposição midiática negativa tem sido usada como ferramenta para enfraquecer a imagem do prefeito, uma vez que não existem críticas substanciais em relação ao seu trabalho administrativo.
“Usam o cargo público que meu marido ocupa como desculpa para ferir a todos que o cercam, uma vez que não conseguem atacar seu trabalho como gestor. Como qualquer pessoa, tenho momentos de trabalho, de fé e de alegria ao lado de quem amo. E a todo custo querem distorcer e espetacularizar isso”, pontuou.
A declaração levanta um questionamento sobre o real interesse por trás da propagação dessas críticas. Para muitos analistas políticos, esse tipo de ataque orquestrado tem se tornado cada vez mais comum, especialmente em anos pré-eleitorais, quando a disputa pelo poder se intensifica.
A situação da primeira-dama de Manaus também evidencia um problema maior: a diferença de tratamento entre homens e mulheres em cargos públicos e na vida pública em geral. A cobrança exacerbada e o julgamento moral muitas vezes recaem de forma mais agressiva sobre mulheres, o que torna necessário um debate mais amplo sobre misoginia e justiça midiática.
*Fonte: AM POST