O samba de roda, a capoeira, o Círio de Nazinha em Belém, a arte Kusiwa dos povos Wajapi… Não são muitos, mas são pontuais e expressivas as manifestações culturais brasileiras aclamadas como Patrimônios Imateriais da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).
A partir desta quarta-feira (4), em reconhecimento histórico, entra para a seleta lista mundial os “Modos de Fazer o Queijo Minas Artesanal”. Se tornando o sétimo patrimônio imaterial do Brasil, mas o primeiro da história do país como patrimônio alimentar.
Após anos em análise, a inclusão do processo de produção do famoso queijo – forjado de geração em geração – foi anunciada em meio a uma semana de encontro e reuniões da UNESCO, que acontece no Paraguai. Após anos de trabalho de produtores culturais e do governo local para reconhecimento e aprovação, o método mineiro foi reconhecido pelo comitê de Patrimônio Cultural Imaterial da organização.
“Conseguimos conquistar que um dos produtos que mais signifique ‘mineiridade’, talvez nenhum outro signifique tanto, fosse declarado patrimônio cultural imaterial da humanidade. É um queijo que é produzido em pequenas propriedades, produzindo por famílias. De forma artesanal”, comemora o governador Romeu Zema, durante coletiva de imprensa no Palácio da Liberdade, em Belo Horizonte.
Reconhecimento, este, que pode ser recente, mas abraça uma manifestação e produção cultural que se recicla e resiste no Estado de Minas Gerais há pelo menos três séculos. A busca pelo reconhecimento como patrimônio imaterial é, justamente, para preservar e imaterializar todas as nuances e conhecimentos adquiridos pelos produtores locais ao longo de gerações. De avó para neta, de pai para filho.
“São milhares de produtores, milhares de famílias que produzem. Essa é nossa oportunidade de mostrar agora esse produto para todo o mundo. É uma felicidade ter esse reconhecimento”, complementa o governador.
A partir do título de patrimônio, a expectativa agora cresce em cima das movimentações para proteção e manutenção da cultura e dos fatores social e econômicos que rodeiam as famílias produtoras que, hoje, estão sob os holofotes.
“São milhares de produtores, milhares de famílias que produzem. Nós vamos ter a grande oportunidade agora de mostrar esse produto para todo o mundo”, conclui Zema.
*Fonte: Acrítica