Pais de alunos matriculados na Escola Municipal Doutor João Queiroz dizem que casos de bullying são constantes e pedem mudança na gestão. No último domingo (4), um estudante de 10 anos faleceu sob a suspeita de ter sido agredido por colegas.
Na manhã desta quarta-feira (7), dezenas de pessoas se reuniram na frente da unidade de ensino, localizada no bairro Cidade Nova, zona norte de Manaus, em protesto contra a gestão da escola. Os manifestantes dizem que recebem relatos constantes de agressões entre os alunos. Um dos casos aconteceu com o sobrinho da dona de casa Sandra Maria, que estuda em horário intermediário na escola municipal.
“Ele estava na hora de descansar, um coleguinha puxou o travesseiro e bateu várias vezes a cabeça no chão. Ele chegou em casa se queixando, com dor de cabeça” explicou Sandra.
Outro relato é do sobrinho da dona de casa Gabi Martins. Ela disse que ele foi agredido por outras duas crianças na escola e que houve tentativas de comunicado com os responsáveis dos alunos agressores, mas faltou apoio da gestão da unidade de ensino.
“Meu sobrinho foi agredido e a mãe dele veio aqui na escola, o diretor não fez nada. Ela pediu [pra falar] com os responsáveis dos dois garotos que agrediam ele, eu tenho provas aqui” disse.
Os protestos pedem mudança na gestão da escola. Os pais dizem que não há apoio algum nos casos de agressões e que falta controle por parte do gestor, que ainda não se manifestou oficialmente. A equipe procurou a Secretaria Municipal de Educação de Manaus, questionou sobre as denúncias e aguarda uma reposta.
Morte de Luiz Eduardo
As denúncias ganharam mais força após a morte do estudante Luiz Eduardo Arcanjo Cordovil, de 10 anos. A Polícia Civil do Amazonas suspeita de que ele tenha sido espancado por colegas da escola municipal na sexta-feira (2). A criança foi encaminhada pra uma unidade de saúde, mas não resistiu aos ferimentos e faleceu dois dias depois. O laudo Preliminar do Instituto Médico Legal aponta um edema, hemorragia cerebral e traumatismo craniano como as causas da morte.
O caso é investigado pela Polícia Civil. Um Boletim de Ocorrência foi aberto na Delegacia Especializada em Proteção à Criança e ao Adolescente (DEPCA) por agressão física, mas o caso foi encaminhado para a Delegacia Especializada em Apuração de Atos Infracionais (DEAAI) que coleta informações e depoimentos.
Através de nota, a Secretaria Municipal de Educação informou “não há registro nas câmeras de segurança do aluno sendo espancado dentro e nem na frente da escola e que no momento que foi informada do falecimento do estudante deu total apoio à família com transporte e providenciando o auxílio funeral”.
*Fonte: Acrítica