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Tanara Lauschner diz que inovação com sustentabilidade é componente essencial da Amazônia

A subsecretária para Amazônia do MCTI destacou investimento federal em projetos sustentáveis.

Foto: Divulgação/Audiovisual/ G20 Brasil

A subsecretária para Amazônia do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), Tanara Lauschner, afirmou, na manhã desta quarta-feira (18), que não dá para falar em desenvolver a Amazônia sem sustentabilidade.  A representante do MCTI participou do Seminário Internacional sobre a Amazônia e as Florestas Tropicais, realizado na sede do Inpa.  O evento foi organizado pelo G20.

“Eu acho que sempre que a gente fala de ciência e de inovação na região amazônica, a gente precisa trazer o componente da sustentabilidade junto”, ressaltou a representante da Amazônia no MCTI.

A subsecretária informou que o Governo Federal está investindo em pesquisas na região, para que projetos focados em bioeconomia e sustentabilidade possam ser desenvolvidos.

“Ontem mesmo a gente fechou um edital dentro de um programa do FNDCT (Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) chamado Pró-Amazônia, que está destinando 500 milhões para a área de pesquisa na região da Amazônia Legal. Então, é para fazer projetos em rede, em biodiversidade, em saúde das populações amazônicas, na parte de monitoramento, mas a gente também tem, via FINEP, editais de subvenção para fomentar exatamente empresas que casam inovação com o desenvolvimento sustentável”, afirmou Lauschner.

Tanara Lauschner também destacou uma iniciativa junto com a  Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA), que tem 8 países da América do Sul como membros, são eles: Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela.

“A gente também tem uma iniciativa junto com a OTCA de a gente fazer parcerias com outras instituições da pan-amazônica, de outros países da região amazônica, exatamente olhando a Amazônia não como algo isolado e não pode ser isolado. O nosso Rio Amazonas, o nosso Rio Negro não nasce no Brasil. Então a gente sempre tem que ter esse olhar amplo quando a gente fala da região amazônica”, informou a subsecretária.

Acesso à internet e inclusão tecnológica na região

Questionada sobre como esses acessos à ciência e tecnologia vão chegar nas pessoas mais pobres e povos mais isolados que não tem acesso à internet na região, Lauschner destacou que o projeto do Governo Federal “Norte Conectado” é uma das grandes expectativas para dar acesso à internet e maior participação dessas pessoas nas evoluções tecnológicas.

“Em relação à internet, o MCTI junto com a Rede Nacional de Pesquisa (RNP) junto com o Ministério das Comunicações, o Exército, cujo nome é Norte Conectado, que vai trazer as infovias digitais, mas pelos rios. Então a gente já tem, partindo de Santarém, de Macapá, chegando em Manaus, a gente já está construindo essas infovias que são fluviais e que vão levar a internet de alta velocidade a vários pontos na região”, disse a subsecretária.

Entre os desafios encontrados  apontados pelo MCTI é garantir a qualidade dessas conexões.

“Como é que você conecta todo o entorno? Então a gente vai resolvendo os problemas por partes, porque a gente tem um desafio tecnológico para levar a internet para a nossa região, que é muito grande. E a internet de qualidade é uma internet por fibra óptica. Não é uma internet por satélite, não é uma internet por 4G, 5G. Essa é uma internet importante, mas a gente precisa levar a fibra óptica ao maior número de locais que a gente conseguir”, relatou.

Tanara Lauschner também ressaltou a importância dos seminários que irão nortear as decisões do G20.

“A ideia de fazer um seminário que tratasse sobre a Amazônia, sobre florestas tropicais, com pesquisa do G20, é no sentido de colocar a importância, o destaque para a região amazônica no investimento de ciência e de tecnologia, porque a Amazônia ela não pode ser vista como algo isolado dentro do ecossistema mundial”, afirmou.

Inovação aberta e bioeconomia: oportunidades para o desenvolvimento

Durante os seminários da manhã desta quarta-feira, a temática foi sobre Inovação Aberta, que é quando existe uma troca entre as instituições que vai facilitar o alcance de avanços tecnológicos que possibilitam a inovação e investimentos em novas áreas e produtos.

Um dos representantes da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), Rodrigo Costa, informou ao A Crítica que o principal objetivo da entidade é fomentar iniciativas de empresas ou instituições tecnológicas que gerem retorno para a sociedade.

“A Finep não faz a pesquisa internamente, ela financia instituições que podem trabalhar no desenvolvimento da pesquisa, ou no desenvolvimento de tecnologias, ou então ela financia, ela fomenta, digamos assim, possibilidades”, explicou.

Costa ressaltou que a importância desse tipo de investimento, é que nem todas as inovações e produtos são fortes no comércio, mas que alguns dos projetos são de utilidade pública e precisam ser desenvolvidos.

“A gente pode ter um desenvolvimento que seja tecnológico, a gente pode ter um desenvolvimento que seja científico, a gente pode ter um desenvolvimento que seja econômico, só que a gente nunca pode perder o elemento humano, o desenvolvimento social nesse aspecto”, ressaltou.

Rodrigo Costa exemplificou que uma das práticas que podem ser fomentadas no Amazonas é a bioeconomia, por trabalhar com práticas já existentes.

“Você chega à população da região, por exemplo, e você oferece condições de desenvolvimento de produtos ou do estímulo a cadeias produtivas que já existem mas com pouco valor agregado no momento. Você teria condições de a partir do mapeamento da biodiversidade de fauna, de flora ou da investigação e da descoberta científica de potenciais farmacológicos e em outras áreas”, disse Costa.

Durante as apresentações, a representante da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), Patrícia Magalhães, foi questionada por professores da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), sobre o fomento a pesquisas na região e como elas podem chegar em pesquisas mais básicas. A representante da Embrapii destacou que a empresa investe mais nas pesquisas de alto nível, que é uma carência na região.

“O entendimento do modelo Embrapii foi que existem outros mecanismos no Brasil financiando a ciência básica, mas existiam muito poucos alavancando o investimento privado naquela faixa do vale da morte. A Finep cobre um alto espectro, há outros como o CNPQ que é um espectro mais básico, fundamental, e outras agências de fomento”, informou Magalhães.

A especialista destacou que existem credenciadas da Embrapii para iniciação, mas dentro de universidades que já estão ligadas à indústria.

“A Embrapii tem 93 unidades credenciadas em todo o Brasil, incluindo a UFPA, do Oeste do Pará também, do IFAM, entre várias outras instituições, e várias instituições federais. E sempre dentro dessas unidades, é alguma área dentro da unidade que já tem desenvolvimentos dentro da Embrapii e conexões com a indústria, porque a Embrapii não financia ciência básica”, afirmou a representante da Embrapii.

Patrícia Magalhães ressaltou que a empresa investe em área mais específica, com desenvolvimento de ciência mais aplicada.

“A gente vê pelos Estados que ela está tendo sucesso. A Embrapii está conseguindo alavancar mais de 50% de investimento privado em setores desafiadores do Brasil, como o exemplo que eu dei que é a farmacêutica. São muito poucas empresas de bioteca e farmacêuticas que investem em inovação natural”, apontou Magalhães.

O seminário se encerra nesta quarta-feira e o Grupo de Trabalho em Pesquisa e Inovação (RIWG) apresentará um relatório final, que sintetizará as principais conclusões dos painéis e debates. Este documento servirá como base para orientar as futuras ações do G20 em relação à preservação das florestas tropicais, especialmente no que se refere à Amazônia, que desempenha um papel crucial no equilíbrio climático global. Já as reuniões do G20 em Manaus, se encerram nesta quinta-feira (19), no Vasco Vasque.

*Fonte: Acrítica

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