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26/02/2025
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Saúde

Vacina contra o HPV é segura e pode salvar vidas

Contudo, o preconceito e a divulgação de fake news ainda atrapalham a ampliação da cobertura vacinal em Manaus.

Foto: Divulgação

A estimativa do Instituto Nacional do Câncer (Inca) é o surgimento de 610 novos casos de câncer do colo do útero no Amazonas, e desse total, 420 somente em Manaus. Um dos fatores para surgimento dessa neoplasia é o Papiloma Vírus Humano (HPV), que segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) é responsável por 70% dos casos e por lesões pré-cancerosas. A vacina é principal ferramenta contra o HPV.

De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), até abril deste ano, 37.948 doses do imunizante foram aplicadas em meninos e meninas de 9 a 14 anos. De 2022 para 2023, a pasta registrou um aumento de 37.2% no número de aplicações da vacina. As mais de 30 mil doses representam 30% do total aplicado em 2023, ano em que 105.361 mil doses foram aplicadas.

A enfermeira  Isabel Hernandes, gerente de Imunização da Semsa, pontuou que ainda existe preconceito a respeito da vacina contra o HPV, pois acreditam que vai estimular a atividade sexual de crianças e adolescentes.

“Ainda tem alguns pais que tem sim (preconceito). E não existe ligação de nenhuma vacina com estimulação de fase sexual. É uma vacina ligada à proteção contra o HPV que pode ser transmitido através da relação sexual”, frisou a gerente. 

 

Manaus apresentou no ano passado uma cobertura vacinal de 68,94% entre o público feminino, e de 46,05%, no masculino. Para esse ano, a pasta busca uma cobertura de 107% para os dois gêneros. “As meninas de 9 anos ainda estão com 85.32%, então temos que buscar as meninas que estão completando nove anos e realizar a vacina. Os meninos tem uma cobertura vacinal mais baixa 84.3%”, explicou.

Alta proteção

Na avaliação de Isabel a dose única vai colaborar com uma eficiência na cobertura vacinal. “A dose única foi comprovada através de estudos que basta uma dose com alta titulação de anticorpos para proteger contra o HPV. O que a gente via na prática que se fazia a primeira dose e depois não voltava para fazer a segunda. Então, melhorou muito a cobertura que já recalculamos com a dose única”, disse a gerente.

Pensar no futuro 

O servidor público, Lucas Morais, 31 anos, levou a filha, Alice Luz Silva de Morais, 10 anos, para ser vacinada. “Vacinas são seguras, sobretudo aquelas ofertadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Há muito mais benefícios para a saúde pública do que o contrário”, disse. “O Ministério da Saúde mudou recentemente a estratégia de imunização. Toda decisão em relação a isso é técnica e leva em consideração evidências científicas”, complementou.

Para ele ao vacinar as crianças é garantir que no futuro não irão desenvolver câncer causado pelo HPV.

“A vacina do HPV é de fundamental importância, não somente para crianças e adolescentes, como também para essa população quando estiver na fase adulta. Imunizar indivíduos nessa etapa da vida garante que no decorrer do tempo, quase totalidade das pessoas vacinadas não irão desenvolver câncer provocado pelo HPV”, disse Lucas Morais.

 

Lucas avalia que as escolas podem ser um ponto estratégico para a vacinação de crianças e adolescentes. “Um ponto importante a ser considerado é a vacinação nas escolas. Essa estratégia é fundamental para ampliar a cobertura vacinal, e é importante destacar que a atual gestão do Ministério da Saúde tem desempenhado esse trabalho que foi negligenciado na gestão anterior”, pontuou.

O adolescente Henrique Leal Chrisrofoli, 12 anos, está no aguardo da segunda dose. A mãe dele, a arquiteta Marcia Regina Leal Chrisrofoli, 48 anos, não teve receio em levar o filho para receber o imunizante.

“Absolutamente não! Pra dizer a verdade, sinto até um alívio em finalmente ver meu filho protegido”, declarou. “Vejo como algo essencial. Que deve ter seus benefícios amplamente divulgados em todos os meios”, acrescentou.

Para além de ser uma estratégia para a cobertura vacinal, Chrisrofoli avalia que também vai contribuir para tornar a vida dos pais mais fácil, em virtude da rotina de trabalho que as vezes não é flexível para levar os filhos até a UBS e receber as doses do imunizante. “Penso que torna tudo mais fácil, tendo em vista que muitos pais trabalham fora e nem todos tem flexibilidade de horário”, observou.

Meta

Com a meta de atingir mais de 90% do público alvo, a Semsa já disponibiliza a dose única do imunizante nas Unidades Básicas de Saúde (UBS).  A dose é preconizada pelo Ministério da Saúde desde o dia 1º e crianças e adolescentes de 9 a 14 anos seguem como público-alvo.  Para os grupos prioritários, que incluem pessoas imunocomprometidas de 9 a 45 anos e vítimas de violência sexual, será mantido o esquema em três doses, com intervalos de dois e seis meses.

*Fonte: Acrítica

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