As últimas duas semanas foram marcadas por temperaturas que chegaram a quase 38°C e uma sensação térmica que ultrapassou os 40ºC.

O aumento da temperatura combinado com a sensação térmica elevada pode provocar inúmeras mudanças no corpo o que afetam a saúde da população como aconteceu com a jornalista Priscila Rosas, de 31 anos, que sentiu a pressão arterial baixar devido a exposição ao calor de forma excessiva. “Eu estava em um lanche e o teto era meio baixo. Como aquele dia era de calor intenso, minha pressão caiu, eu senti fraqueza no corpo e quase desmaiei. Eu saí desse restaurante para buscar um pouco de ar e os sintomas foram melhorando”, disse a jornalista.
Durante o verão amazônico, ela ainda observa que seu quadro respiratório se agrava nesse período. “O calor fez minha rinite atacar por causa da poeira. O meu nariz está inchado por dentro, eu perco mais catarro e o que tem me salvado são as lavagens nasais com produtos específicos que faço com frequencia”.
Para se sentir mais confortável nos dias de calor intenso, Priscila conta que evita roupas pesadas e aposta na hidratação. “Eu aboli o jeans do meu dia-a-dia. Uso protetor solar até dentro de casa e procuro me hidratar mais”.
Cuidados com a saúde
Entre as mudanças corporais que podem ocorrer devido ao aumento de temperatura e o aumento de sensação térmica estão: elevação da pressão arterial, aumento dos batimentos cardíacos, tonturas, perda de apetite e aumento da produção de suor.
A nutricionista do Serviço de Pronto Atendimento (SPA) Dr. Danilo Corrêa, Daíse Cunha, destacou a importância dos adultos atenderem a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) que é a de beber cerca de dois litros de água por dia. “Para prevenir a desidratação o ideal é manter o consumo de no mínimo 2 litros de água por dia e consumir alimentos com maior teor de água, como melancia, laranja, tangerina, evitar alimentos com excesso de sal e industrializados”, explicou ela, que reforça a necessidade do água para o melhor funcionamento do corpo.
“A água ajuda a manter a temperatura corporal, favorece o conforto térmico e mantém o equilíbrio no caso de transpiração intensa”, comentou.
Quanto às doenças respiratórias, o médico pneumologista Gilson Martins, da Fundação Hospital Adriano Jorge (FHAJ), explica que entre os meses de junho a novembro podem ocorrer infecções virais no trato respiratório, que é composto da via aérea superior ou nasofaríngea, e inferior ou pulmonar.
Ele comenta que existe sazonalidade na prevalência dos vírus, ou seja, variação no número de casos, dos quadros de infecção viral do sistema respiratório, ao longo do ano, de acordo com o tipo de vírus que causa a infecção. E acrescentou que os vírus, e as suas subvariantes, mais conhecidos são da influenza humana. “Esses vírus podem ocasionar, geralmente, a depender de alguns fatores, outros quadros como a faringite, amigdalites, otites, traqueobronquite, bronquites, e até mesmo pneumonia viral, a qual foi muito descrita na pandemia do coronavirus. E existe, também, a possibilidade de infecções por mais de um vírus, como observados em estudos de síndrome respiratória aguda grave”, destaca.
Como precaução, o especialista sugere algumas medidas que podem reduzir esses impactos. “Usar máscara, principalmente em ambientes fechados quando estiver gripado, ao tossir cobrir a boca, evitando usar as mãos, pode usar um pano, papel ou usar a região interna do cotovelo, além de lavar as mãos, que ajuda a reduzir a transmissibilidade de doenças virais”.
Sobre os cuidados de pele, a médica dermatologista Raissa Feitosa, da Fundação Alfredo da Matta, destacou como as pessoas devem se proteger para evitar queimaduras, envelhecimento precoce e, até mesmo, o risco de câncer de pele. “O índice ultravioleta é altíssimo e a nossa umidade acaba reduzindo e ficando um clima mais seco”, afirma.
*Fonte: A Crítica