A organização da COP30 voltou atrás e autorizou a inclusão de alimentos típicos da culinária paraense, como açaí e tucupi, no cardápio oficial da conferência que será realizada em novembro, em Belém. A decisão foi anunciada após forte repercussão negativa gerada pelo edital inicial, que proibia o uso desses insumos.
A mudança foi feita pela Organização dos Estados Ibero-americanos (OEI), responsável pelo processo de contratação de empresas para operação de restaurantes no evento. Em nota, a entidade informou que publicou uma errata após análise técnica e diálogo com o governo federal, por meio do ministro do Turismo, Celso Sabino.
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O novo texto prevê valorização de empreendimentos coletivos, como cooperativas, associações, redes solidárias e grupos produtivos locais. Também terão prioridade povos indígenas, comunidades quilombolas, mulheres rurais, juventudes do campo e outros grupos ligados à produção de alimentos sustentáveis. Pelo menos 30% do valor dos insumos deverá vir da agricultura familiar.
A polêmica começou quando o edital classificou itens como açaí, tucupi, maniçoba e sucos in natura como alimentos de “alto risco de contaminação”, vetando o uso dentro dos espaços da COP30. A medida gerou reação imediata de chefs e representantes da gastronomia paraense.
O chef Saulo Jennings, fundador do restaurante Casa do Saulo e embaixador gastronômico da ONU Turismo, foi um dos principais críticos. Ele lembrou que já serviu tacacá, prato feito com tucupi, na abertura da COP28, em Dubai, e destacou a importância do evento para fortalecer o turismo gastronômico no Pará. “Quem vier e comer, vai sair daqui apaixonado”, afirmou.
A organização reforçou que as regras se aplicam apenas aos espaços oficiais da conferência e que a definição final do cardápio será feita pela Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC), em conformidade com orientações da Vigilância Sanitária.
Na próxima terça-feira (19), está prevista uma audiência pública para ouvir candidatos à operação de alimentação da COP30.