A bacia hidrográfica do Rio Branco que, segundo especialistas, dá esperança de amenizar a seca do Rio Negro por apresentar volumes de chuva bem acima da média, nas últimas semanas vem apresentando índices cada vez menores de precipitação. É o que aponta o último boletim de monitoramento climático feito por pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas Amazônia (Inpa).
De acordo com o pesquisador e coordenador dos boletins semanais, o meteorologista Renato Senna, a bacia hidrográfica do Rio Branco ainda está com chuvas um pouco acima da climatologia, mas com menos intensidade nesta semana do que na anterior.
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“A Bacia Hidrográfica do Rio Branco que dá esperança de amenizar a seca do Rio Negro, por apresentar volumes de precipitação bem acima da climatologia, nas últimas semanas começa a reverter este quadro”, destacou.
Vinte e nove das trinta e duas grandes bacias hidrográficas monitoradas pelo boletim semanal se encontram em déficit de precipitação, segundo destacou o pesquisador do Inpa. No mesmo período de 2023, no dia 13 de julho especificamente, eram 30 bacias, segundo afirmou o meteorologista, ao destacar os principais apontamentos do último boletim de monitoramento em relação à situação das grandes bacias que influenciam a estiagem no Amazonas.
“Neste momento, apenas as bacias hidrográficas do Branco, Marañon e Napo não apresentam déficit de precipitação. Em 2023, eram as bacias do Napo e do Xingu, entretanto, a condição que antecedia em 2023 era muito mais favorável que as observadas agora. O quadro comparativo dos períodos é notório”, apontou o pesquisador.
“A linha azul no quadro da direita (2024), os tons de azul estão ficando mais fracos”, destacou o pesquisador, explicando que isso mostra que os índices de precipitação na bacia do Rio Branco estão ficando cada vez menores, segundo o observado nas últimas semanas.
Senna afirma que a expectativa é de que se tenha uma seca grave novamente em 2024, porém, ele ressalta que ainda é cedo para afirmar se será igual ou pior que em 2023. Questionado se o boletim aponta para alguma ação específica que deve ser tomada pelas autoridades para mitigar os impactos da estiagem, o especialista disse que acredita que as ações necessárias estão sendo tomadas.
“Acreditamos que ações já em curso pela Defesa Civil do Estado, em fornecer insumos para mitigar os impactos, são condizentes com as condições atuais e perspectivas futuras da estiagem para o trimestre julho, agosto e setembro”, disse.
Previsão
A boletim de monitoramento climático também apresenta as previsões de chuva para um intervalo de 14 dias, no período de 10 a 23 de julho. O meteorologista apontou no quadro a previsão de déficit de precipitação (laranja) sobre o curso principal do Rio Amazonas em território brasileiro e peruano.
Conforme o prognóstico, é previsto escassez de chuvas nas bacias dos rios Abacaxis, Beni, Coari, Curuá Una, Guaporé, Içá, Iriri, Japurá, Javari, Juruá, Jutaí, Madeira, Mamoré, Marañon, nas bacias da margem esquerda do Rio Amazonas, no nordeste do Estado do Amazonas e no nordeste e noroeste do Estado do Pará, nas bacias dos rios Napo, Negro, Purus, Tapajós, Tefé, Ucayali, Xingu, e curso principal do Rio Solimões.
“Não estão previstas anomalias positivas de precipitação caracterizando nenhuma das bacias hidrográficas. Demais áreas com predomínio de chuvas próximas (branco) da climatologia do período”, destacou Senna.
O boletim de monitoramento climático tem informações atualizadas semanalmente, e no Instagram @clima.amazonia é possível acessar os links do último boletim.
*Fonte: Acrítica