31.3 C
Manaus
24/06/2025
Portal Castello Connection
DestaquesPolítica

Bolsonaro já foi intimado seis vezes para prestar depoimento à PF; veja os casos

Ex-presidente é citado em cinco investigações diferentes e já teve celular apreendido e sigilos fiscal e bancário quebrados

O ex-presidente Jair Bolsonaro já foi intimado seis vezes para prestar depoimento à Polícia Federal (PF) desde que deixou o cargo na Presidência da República. O ex-chefe do Executivo é alvo – direta ou indiretamente – em cinco investigações diferentes. Na próxima quinta-feira, 31 de agosto, ele deve se explicar sobre a participação em conversas golpistas de empresários alinhados ao governo e o caso das joias recebidas durante viagens oficiais.

Nesses oito meses, Bolsonaro também teve o celular apreendido no âmbito das investigações sobre as fraudes nos cartões de vacinação e os sigilos fiscal e bancário quebrados no bojo da operação envolvendo as joias recebidas durante viagens oficiais. Nesse período, o ex-presidente também viu aliados próximos serem presos.

Relembre os casos

Caso das joias

No início de abril, Bolsonaro prestou depoimento, pela primeira vez, para dar explicações oficiais sobre a suposta tentativa de entrar ilegalmente no País com joias presenteadas pelo regime da Arábia Saudita durante viagem oficial. O caso foi relevado em março. Desde então, Bolsonaro tenta minimizar o caso e nega que tenha usado a estrutura do governo na sua gestão para se apropriar das joias.

A investigação, agora, toma outro rumo com o avanço das investigações que apontam para a existência de um grupo, composto por aliados do ex-presidente, que teria vendido joias e outros objetos de valor entregues a autoridades brasileiras em missões oficiais.

O novo depoimento de Bolsonaro será na próxima quinta-feira, 31. Outros sete, incluindo o da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, foram marcados na mesma hora e data. Além disso, Bolsonaro e Michelle tiveram os sigilos fiscal e bancário quebrados na investigação.

Atos golpistas do 8 de janeiro

Em abril, Bolsonaro foi intimado a dar explicações sobre sua conduta em relação ao ataque às sedes dos Três Poderes no 8 de janeiro. Dois dias após a tentativa de golpe, o ex-presidente, que estava no Estados Unidos, publicou um vídeo nas redes sociais questionando a lisura e a confiabilidade das eleições presidenciais de 2022. A postagem foi apagada no mesmo dia. A inclusão de Bolsonaro nas investigações sobre o 8 de janeiro ocorreu a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR).

Em depoimento, Bolsonaro alegou ter compartilhado o vídeo questionando o processo eleitoral por equívoco, por estar sob efeito de morfina. Na defesa, o ex-presidente sustentou que a publicação foi feita “sem seu real interesse em publicá-la”, alegou ainda que “não tem o hábito de repostar vídeos de pessoas desconhecidas” e que “ao perceber o erro, providenciou a retirada da postagem”.

Fraude nos cartões de vacinação

No mês de maio, Bolsonaro prestou depoimento, por cerca de quatro horas, sobre o esquema de fraudes em dados de vacinação da covid-19 investigados na Operação Venire. Durante depoimento, o ex-presidente reafirmou que nunca se vacinou e negou ter envolvimento na adulteração das informações nos sistemas do Ministério da Saúde.

Bolsonaro ainda disse que nunca determinou as fraudes e que não sabia da manipulação de informações até a investigação vir a público. Também argumentou que, como chefe de Estado, não precisava apresentar comprovante de imunização em viagens internacionais.

No bojo dessa investigação, a PF fez buscas na casa do ex-presidente e apreendeu o seu celular. Aliados de Bolsonaro também foram presos, dentre eles o tenente coronel Mauro Cid, seu ex-ajudante de ordens e também envolvido no caso das joias, e os assessores Max Guilherme e Sergio Cordeiro.

Envolvimento com o senador Marcos do Val

Em julho, Bolsonaro foi intimado a depor sobre uma suposta reunião golpista denunciada pelo senador Marcos do Val (Podemos-ES) que envolveria, além do ex-presidente, o ex-deputado Daniel Silveira. O senador denunciou o caso em fevereiro, alegando que Silveira teria proposto, em uma reunião na presença do então presidente, uma gravação clandestina do ministro do STF Alexandre de Moraes na tentativa de induzir o ministro a falar “algo no sentido de ultrapassar as quatro linhas da Constituição”.

“Não foi levantado nenhum plano, nenhum ato preparatório, sequer de gravar o ministro Alexandre de Moraes”, afirmou Bolsonaro durante depoimento. “Nada foi falado sobre o ministro”, frisou. O ex-chefe do Executivo confirmou ter se encontrado com Marcos do Val e Daniel Silveira no dia 8 de dezembro, no Palácio da Alvorada, e afirmou que quem solicitou a reunião foi o ex-deputado condenado pelo STF. Até então, segundo o ex-presidente, ele nunca havia se reunido pessoalmente com o senador.

Conversas golpistas de empresários

Na próxima quinta-feira, 31, Bolsonaro também prestará depoimento sobre a investigação envolvendo conversas golpistas entre empresários alinhados ao governo. As trocas de mensagens, feitas em agosto de 2022, mostram o grupo defendendo um golpe de Estado para manter o então presidente no Planalto.

Nesta segunda-feira, 21, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, arquivou parte da investigação referente a seis empresários – Afrânio Barreira Filho, José Isaac Peres, José Koury Junior, Ivan Wrobel, Marco Aurélio Raymundo e Luiz André Tissot – sob a justificativa de “carêcia de elementos indiciários mínimos” para a continuidade do inquérito.

Por outro lado, o ministro também prorrogou por 60 dias a parte da investigação que mira o bolsonarista Luciano Hang e o empresário Meyer Joseph Nigri, o que evidencia um afunilamento da apuração, que agora entra na lista de inquéritos do STF que chegaram mais perto do ex-presidente.

Relacionados

O Desafio do Judiciário em Aplicar a Lei do Superendividamento: Um Grito por Dignidade

Ingrid Galvão

Senado analisa projeto que libera uso de tasers por civis com controle e treinamento

Ingrid Galvão

VÍDEO: Alegoria do Boi Caprichoso pega fogo durante montagem em Parintins

Ingrid Galvão

Este site usa cookies para melhorar sua experiência. Entendemos que você está de acordo com isso, mas você pode cancelar, se desejar. Aceitar Leia mais