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Educação

Brasil e França lançam 20 bolsas de doutorado exclusivas para estudantes indígenas

O acordo amplia o Programa Guatá – Mobilidade de Discentes Indígenas, criado em 2023.

(Foto: Daniel Brandão)

A partir de novembro, estudantes indígenas de todo o país poderão concorrer a novas bolsas de doutorado na França. Cerca de 20 oportunidades foram garantidas por meio de um acordo de cooperação firmado nesta segunda-feira (27), em Manaus, entre a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e a Embaixada da França no Brasil.

O acordo amplia o Programa Guatá – Mobilidade de Discentes Indígenas, criado em 2023, que agora passa a ter o apoio direto do Ministério da Educação (MEC) e da própria Capes. A assinatura ocorreu no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), na zona sul da capital amazonense. Durante a cerimônia, o embaixador da França no Brasil, Emmanuel Lenain, ressaltou os avanços do programa e os obstáculos enfrentados até aqui.

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“Alunos doutorandos foram acolhidos na França e retornaram com projetos de colaboração, pesquisas conjuntas e publicações em parceria, representando a promessa de uma ciência mais inclusiva e representativa. Este programa não foi simples de implementar — foi necessário superar desafios logísticos, linguísticos e culturais —, mas ele se apoiou em uma rede de parceiros excepcionais, tanto da França quanto do Brasil”, afirmou Lenain.

Uma das participantes da primeira edição do programa, Alícia Patrine, indígena do povo Kokama e biomédica de formação, cursou parte de seu doutorado na França. Ela relata que a vivência acadêmica no exterior ampliou sua percepção sobre o diálogo entre os saberes tradicionais e científicos.

“Esse intercâmbio me fez entender que o nosso conhecimento também precisa ser validado, que tem o mesmo valor científico. Lá, tive contato com a antropologia e com o pensamento de vários pesquisadores, entre eles Paulo Freire, que, inclusive, eles admiram muito. Aprendi a valorizar mais o diálogo entre o conhecimento biomédico e o indígena”, relatou.

Com investimento estimado em R$ 1,7 milhão, o programa custeará mensalidades, auxílio de instalação e deslocamento, adicional de localidade e seguro-saúde. Serão oferecidas até 20 bolsas de doutorado sanduíche, com duração máxima de nove meses. As instituições brasileiras parceiras deverão conceder uma bolsa mensal de R$ 7 milaos participantes.

O edital completo e as informações sobre as inscrições estarão disponíveis nos sites da Capes e da Embaixada da França no Brasil a partir de novembro.

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