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Brasil teve alta de 1.253% nos casos de coqueluche em 2024; mortes superaram últimos cinco anos

A doença, causada pela bactéria Bordetella pertussis, provoca crises intensas de tosse seguidas por dificuldade para respirar.

(Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil)

O Brasil registrou um aumento de 1.253% nos casos de coqueluche, também conhecida como tosse comprida, entre crianças com menos de cinco anos em 2024, em comparação a 2023. Foram 4.304 registros contra apenas 318 no ano anterior, segundo levantamento do Observatório de Saúde na Infância (Observa Infância), da Fiocruz e da Faculdade de Medicina de Petrópolis (FMP/Unifase), com base em dados do DataSUS.

As internações também dispararam: passaram de 420 em 2023 para 1.330 em 2024, alta de 217%. A doença, causada pela bactéria Bordetella pertussis, provoca crises intensas de tosse seguidas por dificuldade para respirar.

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Outro dado que acende alerta é o número de mortes, 14 crianças com menos de cinco anos morreram em decorrência da coqueluche em 2024 quantidade superior ao total registrado entre 2019 e 2023, quando houve dez óbitos.

Vacinação abaixo da meta
A cobertura vacinal da tríplice bacteriana (DTP), que protege contra difteria, tétano e coqueluche, cresceu de 87,6% em 2023 para 90,2% em 2024. Apesar do avanço, o índice segue abaixo da meta de 95% do Programa Nacional de Imunizações (PNI).

De acordo com a pesquisadora Patrícia Bocollini, coordenadora do Observa Infância, há desigualdade entre os municípios. “Existem regiões com baixa adesão às vacinas, o que cria bolsões de vulnerabilidade e facilita a disseminação da doença”, afirmou.

Dados do Unicef e da Organização Mundial da Saúde (OMS) indicam que, em 2024, 2,3 milhões de crianças receberam a primeira dose da DTP no Brasil, mas 229 mil ainda não haviam tomado nenhuma.

Estados mais afetados
A taxa média nacional de incidência da coqueluche foi de 95 casos a cada 100 mil crianças em 2024. O Paraná lidera com 443,9, seguido do Distrito Federal (247,1) e de Santa Catarina (175,9).

Nas internações, o Amapá aparece em primeiro, com 158,3 hospitalizações por 100 mil crianças, seguido por Santa Catarina (83,5) e Espírito Santo (46,0). A média nacional foi de 29,4.

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