De acordo com uma pesquisa recente do Serasa, o cartão de crédito continua sendo a principal causa de endividamento no Brasil. O problema não está no produto em si, mas no mau uso que muitos consumidores fazem dessa ferramenta, transformando o que poderia ser um aliado em um grande vilão financeiro.
Um dos erros mais comuns é tratar o limite do cartão como se fosse uma extensão da renda mensal. Quando o banco libera um limite de R$ 5 mil, por exemplo, muitas pessoas passam a enxergar esse valor como dinheiro disponível, sem se lembrar de que, no fim do mês, a fatura chega e precisa ser paga. Essa confusão entre limite e salário é o primeiro passo para o descontrole.
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Outro ponto crítico é a facilidade do parcelamento. O brasileiro gosta de dividir compras em várias vezes, mas quando diferentes parcelas se acumulam, a fatura cresce sem que o consumidor perceba. Isso se soma ao hábito de gastar por impulso, seja em promoções, datas comemorativas ou até como forma de compensar momentos de estresse, o que aumenta ainda mais o risco de dívidas.
A situação se agrava quando o consumidor paga apenas o mínimo da fatura. Esse comportamento leva diretamente ao crédito rotativo, onde os juros ultrapassam 400% ao ano. Nesse cenário, a dívida se transforma rapidamente em uma bola de neve, tornando quase impossível a quitação. É exatamente aqui que milhares de brasileiros perdem o controle.
Mas o cartão de crédito não precisa ser um inimigo. Ele pode ser um aliado valioso se for usado de forma consciente. O ideal é que o consumidor defina um limite pessoal de gastos, que não ultrapasse 30% da sua renda mensal, acompanhe os gastos semanalmente e planeje antes de passar o cartão, se perguntando: “Se fosse à vista em dinheiro, eu compraria?”.
Além disso, é fundamental pagar sempre o valor integral da fatura e evitar parcelamentos longos. Quando usado de forma responsável, o cartão ainda oferece benefícios como programas de pontos, milhas e cashback, que podem gerar economia real. A grande chave está em transformar essa ferramenta em uma parceira do orçamento e não em uma armadilha.