O Amazonas registrou 604 casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), entre o período de 1º de janeiro a 1º de março, conforme dados da Fundação de Vigilância em Saúde Dra Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP). Embora os números indiquem uma redução de 17,6% em relação ao mesmo período do ano passado, especialistas alertam que infecções como gripes e resfriados representam riscos à saúde, principalmente, porque podem evoluir para doenças como bronquite, inflamação dos brônquios que atinge com maior frequência crianças, idosos e pessoas com imunidade baixa.
O caso recente do Papa Francisco, internado por complicações respiratórias, acende o alerta sobre os riscos da doença. Segundo a médica de Família e Comunidade, Amanda Kawati, professora da Afya Faculdade de Ciências Médicas de Itacoatiara, a bronquite pode se apresentar de forma aguda ou crônica e, em alguns casos, evoluir para quadros mais graves, como pneumonia.
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“A bronquite aguda costuma ser causada por infecções virais, como as gripes e resfriados, e tem duração curta. Já a bronquite crônica está relacionada à exposição prolongada a agentes irritantes, como fumaça de cigarro, poluição ou produtos químicos, sendo mais comum em pessoas com histórico de tabagismo ou doenças pulmonares”, explica.
Os sintomas mais comuns, de acordo com a médica, incluem tosse persistente (com ou sem secreção), chiado no peito, cansaço, falta de ar e, em alguns casos, febre leve. Diferenciar a bronquite de outras infecções respiratórias nem sempre é simples, diz ela, já que os sinais clínicos são semelhantes. No entanto, o tempo de duração pode ser um indicativo. “Enquanto resfriados duram de três a sete dias e gripes de sete a dez, a bronquite aguda pode se estender por até três semanas”, afirma a professora da Afya.
A médica também ressalta que a bronquite pode evoluir para quadros mais graves, como pneumonia, especialmente em pessoas com fatores de risco, como crianças, idosos, diabéticos, portadores de doenças crônicas e indivíduos com baixa imunidade. Por isso, é fundamental estar atento aos sintomas e procurar atendimento médico em caso de piora ou persistência do quadro.
Prevenção
A prevenção, de acordo com Amanda Kawati, passa por medidas simples e eficazes, como manter a vacinação em dia, higienizar as mãos com frequência, evitar contato com pessoas gripadas, proteger-se em ambientes com muita poeira ou fumaça e manter hábitos saudáveis que fortaleçam o sistema imunológico.
“Vacinas como a da gripe e a pneumocócica são importantes aliadas na prevenção de infecções respiratórias. Além disso, é essencial evitar a exposição a fatores irritantes e manter ambientes ventilados e úmidos”, orienta a médica da Afya.
A médica diz, ainda, que o tratamento da bronquite depende da causa e da intensidade dos sintomas, podendo incluir hidratação, medicamentos para aliviar a tosse e, em alguns casos, antibióticos, se houver infecção bacteriana associada. “A principal recomendação é procurar um serviço de saúde logo no início dos sintomas para avaliação e conduta adequada”, orienta.
*Fonte: D24am