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Chuvas devem ficar abaixo da média até agosto e intensificar seca, diz estudo

Baixa precipitação deve impactar ainda mais a estiagem prevista para o segundo semestre, no Amazonas.

Foto: Paulo Bindá

As chuvas no Amazonas devem ficar abaixo da média para o período pelo menos até agosto, o que deve intensificar a estiagem prevista para o segundo semestre deste ano. É o que preveem pesquisadores do Laboratório de Modelagem do Sistema Climático Terrestre (LABCLIM) da Universidade do Estado do Amazonas (UEA).

“Nossos dados nos permitem uma previsão para até três meses. Com isso, nossa análise é que o prognóstico das chuvas até agosto é que elas devem ficar abaixo da média esperada, principalmente na parte Central e Norte da Bacia Amazônica. É um ano que vai chover menos, ainda em consequência do fenômeno El Niño”, afirma o físico, doutor em Meteorologia e coordenador do LABCLIM, Francis Wagner Silva Correia.

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De acordo com ele, o estudo utiliza dados disponíveis em bancos nacionais e internacionais, como da Agência Espacial Americana (Nasa) e o Centro de Ciência Molecular da Água (CMWS). “Os dados forçam modelos matemáticos capazes de simular os efeitos físicos na atmosfera. Esse modelo climático alimenta outro, o hidrológico, capaz de simular o nível do rio, incluindo vazão, cota e área de inundação”, explica o pesquisador.

Previsão

Segundo o professor, ainda não é possível afirmar que a seca deste ano será igual ou pior que a de 2023, quando houve  recorde na estiagem. Para isso, é preciso aguardar para saber se o El Niño deixará de influenciar a região a partir de junho, sendo substituído pela La Niña, como preveem alguns estudos. Se isso ocorresse, o período de chuvas no fim do ano poderia iniciar mais cedo, reduzindo a seca.

Francis Correia será um dos palestrantes ouvidos em um Fórum sobre estiagem que será realizado nesta terça-feira (27) pelo Centro das Indústrias do Amazonas. No ano passado, as empresas da Zona Franca de Manaus tiveram de gastar cerca de R$ 1,4 bilhão a mais com custos extras na logística de transportes, sendo um dos setores mais prejudicados com o cenário.

Para o pesquisador, a divulgação dos dados coletados pelo laboratório da UEA e o consequente uso na formulação de políticas públicas pode reduzir os impactos da seca deste ano. “Com essa informação, os gestores podem planejar e se programar para minimizar os efeitos da seca em vários setores, como economia, produção agrícola, saúde, educação e, principalmente, no Polo Industrial”, comenta.

Clima

A seca extrema em 2023 e as recentes chuvas no Rio Grande do Sul já são associadas por parte dos especialistas à emergência climática. É esta também a visão do coordenador do LABCLIM, que aponta influências da crise no nível dos rios amazônicos nas últimas duas décadas.

“Os eventos extremos de secas e enchentes que aconteciam a cada 40, 50 anos estão ficando cada vez mais frequentes e intensos. Só nos últimos 20 anos, já houve quatro secas extremas (2005, 2010, 2015 e 2023) e quatro cheias extremas (2009, 2012, 2014 e 2021). Então, a gente acredita que esse aumento da variabilidade que acontece na bacia amazônica está ligado às mudanças climáticas decorrentes da queima de combustíveis fósseis e desmatamento na bacia amazônica”, aponta.

*Fonte: Acrítica

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