O ex-ministro Ciro Gomes (PDT) reagiu à ação protocolada pela Advocacia-Geral da União (AGU) contra ele na Justiça Federal do Ceará. A ação, movida na última semana, acusa o pedetista de ter atribuído diretamente ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) os crimes de corrupção e peculato, em declarações feitas nas redes sociais.
Segundo a AGU, Ciro afirmou que Lula teria recebido propina em troca da criação do programa “Crédito do Trabalhador”. A ação foi apresentada na 11ª Vara Federal em Fortaleza.
Em resposta, no sábado (7/6), Ciro afirmou estar sendo vítima de lawfare — o uso do sistema judicial para perseguir adversários políticos. “Tenho procurado suportar em silêncio um enorme lawfare (…) processos artificiais movidos por políticos agentes dos agiotas que chupam o sangue do povo brasileiro”, disse ele.
O ex-ministro ainda acusou Lula de utilizar o poder da Presidência da República para persegui-lo e alegou que o processo não o acusa formalmente de calúnia, o que, segundo ele, impediria que apresentasse provas para sustentar suas declarações. “Não me calarei”, afirmou Ciro. “O que eu fiz foi criticar, apontar erros e denunciar o que considero práticas criminosas contra o povo.”
Ciro e Lula foram aliados no início do primeiro mandato petista, em 2003, quando Ciro chefiou o Ministério da Integração Nacional. O rompimento político entre os dois ganhou força em 2018, quando Ciro recusou ser vice de Lula e deixou o país durante o segundo turno da eleição entre Fernando Haddad e Jair Bolsonaro.
Em 2022, as críticas de Ciro ao PT se intensificaram. O afastamento também se refletiu em sua família: seu irmão, o senador Cid Gomes, deixou o PDT e se filiou ao PSB após divergências com Ciro sobre o rumo político do grupo.
O governo transformou a pobreza em negócio e agora tenta calar quem denuncia! Eu não tenho medo nem rabo preso com ninguém. Meu único compromisso é com o povo brasileiro, por quem vou lutar até o último dia da minha vida. pic.twitter.com/Di6MEqkT22
— Ciro Gomes (@cirogomes) June 7, 2025