Comunicação inadequada de diagnósticos, troca de medicamentos, erros em procedimentos médicos e violência contra profissionais de saúde são alguns exemplos de falhas no atendimento em hospitais que podem trazer sérias complicações. Esses assuntos estarão no centro das discussões do I Congresso Norte de Qualidade e Segurança do Paciente, que acontecerá em setembro na capital amazonense.
Especialistas do Brasil e de Portugal vão debater protocolos, experiências, condutas e a cultura da segurança nos ambientes hospitalares. “Nossa intenção é trazer a informação, trazer pessoas especialistas no assunto para defender a cultura de segurança. Podemos melhorar, por exemplo, com boas práticas, novos protocolos e sistemas de acreditação”, destaca a médica Liane Cavalcante, organizadora do Congresso.
Um dos nomes confirmados no Congresso é o do médico Carlos Hiran Goes de Souza, consultor de qualidade em quatro hospitais de Portugal e CEO Acreditation Pathways Institute. Segundo ele, do trabalhador da segurança ao médico, todos os profissionais que atuam em uma unidade de saúde são importantes e devem ser preparados.
Geralmente associada às falhas na assistência, os eventos adversos colocam em risco a segurança do paciente e é um tema. “O principal fator de risco é o humano, é a atenção e expertise de quem está fazendo o trabalho, mas também há questões relacionadas como a falta de material e de equipamentos para atender o paciente, que é uma falha de planejamento, por exemplo”, disse.
Ele alerta, também, que a cultura da segurança nos ambientes hospitalares também é uma responsabilidade de acompanhantes, visitantes e do próprio paciente. “É preciso preparar melhor a população para o tipo de atendimento dos serviços e também sobre as implicações que a destruição de uma estrutura e a agressão a um profissional geram”, pontuou.
Em todo o mundo, agências de acreditação exercem papel fundamental no avanço da qualidade no atendimento hospitalar. A certificação de qualidade é um estímulo para gestores e profissionais e cria um ambiente consistente de segurança, avalia.
“Nós só temos 5% da rede de serviço acreditada no Brasil. Então a gente tem muita unidade para ser trabalhada. Agora depende da vontade de se gerar esse processo de melhoria contínua nos hospitais brasileiros.”
De acordo com Liane Cavalcante, em Manaus, o tema precisa avançar também com maior qualificação para os profissionais de saúde.
“Especificamente em Manaus temos alguns hospitais que já tem a marca ONA como sua propulsora na implementação da qualidade na assistência. Alguns hospitais já aderiram e tem em suas bases de assistências o manual da qualidade. Falta que todos os profissionais tenham o conhecimento, o engajamento, do técnico de enfermagem até a direção, que todos estejam imbuídos da cultura de segurança.”
Serviço
O I Congresso Norte de Qualidade e Segurança do Paciente ocorrerá de 21 a 23 de setembro de 2023, em Manaus. O evento é voltado aos profissionais de saúde e estudantes e está com inscrições abertas, pela internet, no site.
A programação contará com a participação de 18 renomados especialistas da gestão, saúde e direito médico já estão confirmados para esta edição, cujo tema central é “Conectando os pontos para a segurança do paciente: pessoas, processos e tecnologia”.
*ACrítica