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Containers e carretas: motoristas relatam medo e perigo no trânsito, em Manaus

Cenário do acidente com carreta que matou motorista continua caótico, segundo quem trafega pela região.

Foto: Nilton Ricardo (freelancer)

Um dia depois da morte de Ítalo da Silva Prado, que foi esmagado por um container na última terça-feira (03), o trânsito no cruzamento da rua Felismino Soares com a avenida Presidente Kennedy, bairro Colônia Oliveira Machado, Zona Sul de Manaus, continua intenso, desorganizado e perigoso, diz especialista.

Durante a manhã desta quarta-feira (04), o cenário no local era de disputa por espaço nas vias entre carros de passeio, motocicletas, caminhões-cegonhas e carretas que transportam containers. No lugar de agentes de trânsito do Instituto Municipal de Mobilidade Urbana (IMMU), trabalhadores terceirizados de uma das empresas de transporte do bairro fazem o papel de organizar o tráfego dos veículos.

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Um deles fica na saída do parqueamento e com um rádio transmissor informa os colegas que estão no cruzamento. Um desses trabalhadores, que preferiu não se identificar, contou que eles fazem o serviço com frequência, sempre que há fluxo intenso de veículos pesados ou em horários de pico (como no período matutino) “a ideia da gente aqui é tentar manter a segurança de todo mundo” comentou o funcionário.

A tentativa não é garantia de sucesso, porque o local constantemente apresenta perigo para quem dirige veículos de menor porte, é o que diz o taxista Francisco Marcos. Ele não concorda com a presença dos caminhões durante à manhã e à tarde e relaciona a falta de espaço nas ruas do bairro com o risco de acidentes.

“Isso aí não era nem pra estar rodando de dia, só depois das 10h da noite. Todo dia a gente passa um perigo aqui. Olha como viram as carretas, parece sempre que vai tombar e a gente não pode fazer nada” disse o taxista.

Quem também tem receio de trafegar pelo local é o mototaxista Isaac Menezes. Ele se sente desrespeitado pelos motoristas de carretas e afirma que nem sempre dirigir com segurança é o suficiente para evitar um acidente quando os demais condutores desrespeitam a sinalização ou a preferência nas vias.

“Eu já presenciei muitos acidentes e acho que aqui no bairro tinha que ter um horário pra esses caminhões passarem. É muito perigoso pra todos nós porque eles estão em carros grandes e acham que por isso podem fazer o que quiserem. Não são todos, alguns respeitam a gente, mas outros não” comentou

 Sobra veículos e falta espaço 

 Ítalo da Silva Prado estava em um carro prata modelo ônix quando foi esmagado. Uma das câmeras de segurança instaladas no cruzamento da Felismino Soares com a Presidente Kennedy registrou o acidente. O condutor freou o carro para dar passagem a uma carreta que terminava de fazer a curva, no fim de uma ladeira. Foi quando, em questão de segundos, o container se desprendeu e tombou sobre o carro de Ítalo.

A área no bairro da Zona Sul de Manaus tem como característica o trânsito intenso de veículos pesados porque é uma região portuária. O especialista em trânsito, Manoel Paiva, disse que o local recebe 4% da frota da cidade com os mais diversos produtos, desde os que atendem o comércio aos que alimentam a Zona Franca com insumos. Para ele, falta organização do executivo municipal para controlar o fluxo.

“O congestionamento aqui causa um engarrafamento de um quilômetro pra quem vai pela Presidente Kennedy ou a Rodrigo Otávio. Aqui não tem orientação oficial para gente gerenciar o trânsito, deveria ter todos os dias um ou mais agentes do IMMU aqui” explicou Manuel.

Outro ponto defendido pelo especialista é uma reforma no cruzamento da Feslismino com a Pres. Kennedy. Ele apontou que não há espaço algum para manobras seguras no local e que a própria estrutura viária não é a adequada para receber os veículos pesados.

“Falta um planejamento de gestão, aqui não é questão de horário. O raio de curvatura é muito pequeno e o pavimento deveria ser de concreto asfáltico” disse.

Plano de mudanças da prefeitura 

O diretor de operações de trânsito do IMMU, Stanley Ventilari, informou que em áreas portuárias não há proibição por horário para o tráfego de veículos pesados, mas que a prefeitura de Manaus estuda implementar um novo projeto de restrições na cidade. Por enquanto, está em fase de análises e ainda não há previsão de quando deve ser concluído.

Ventilari também disse que o IMMU ampliou, ao longo do ano, a Operação Carga Pesada para fiscalizar a segurança no trânsito. Condições do veículo, itens de segurança e também documentos são alguns dos principais pontos analisados.

“Intensificamos a fiscalização de veículos pesados em todas as zonas da cidade com mais de 150 operações em todo o ano. Diversos veículos já foram removidos para o parqueamento por causa de irregularidades, mas os condutores também precisam fazer a sua parte” comentou o diretor.

 Segundo o IMMU, o centro de Manaus é a área com a maior quantidade de restrições para esses veículos, ao todo são 16 vias como as avenidas Leonardo Malcher, Joaquim Nabuco e Floriano Peixoto.

Já as que possuem restrições são: Av. Constantino Nery e Djalma Batista das 6h às 9h e 17h às 20h para a de veículos acima de 8t (toneladas); 9h às 17h acima de 16t. Av. Maceió: 6h às 20h proibida a circulação de veículos acima de 16t; Av. Mário Ypiranga: 6h às 9h proibida a circulação de veículos acima de 8t e das 9h às 20 proibido acima de 16t. Por fim há também a Umberto Calderaro: 6h às 17h proibida a circulação acima de 16t e das 17h às 20h proibido para veículos acima de 8t; das 20h às 6h circulação de veículos pesados livre em todas as vias.

*Fonte: Acrítica

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