O Brasil está envelhecendo rápido. Cada vez mais pessoas vivem além dos 60 anos, o que seria uma excelente notícia, se não fosse o fato de que muitos chegam à aposentadoria sem nenhum planejamento financeiro. Com a renda limitada e a saúde muitas vezes frágil, os idosos se tornam alvo fácil de golpes, dívidas impagáveis e até mesmo do uso indevido de seus dados e benefícios por pessoas próximas ou criminosos virtuais.
Um dos perigos mais comuns é o empréstimo consignado. Apesar de parecer uma solução fácil em momentos de aperto, muitos idosos são levados a contratar esses empréstimos sem entender completamente as condições — e pior, às vezes nem são eles que se beneficiam do valor. Filhos, netos ou até desconhecidos podem convencê-los a assumir dívidas em troca de promessas ou sob pressão emocional. O resultado? Parcelas que comprometem a aposentadoria e geram ainda mais angústia.
Além disso, há um número crescente de golpes virtuais. Ligações falsas de bancos, mensagens pelo WhatsApp ou e-mails com promessas milagrosas de dinheiro fácil são iscas que pegam muitos desprevenidos. Em poucos cliques ou com uma simples conversa, um idoso pode acabar cedendo seus dados bancários, senhas ou até assinando contratos sem saber. A internet, apesar de útil, pode se tornar um campo perigoso se não houver orientação adequada.
Diante disso, é fundamental que os familiares assumam o papel de aliados e não de controladores. Falar sobre dinheiro ainda é um tabu em muitas famílias, mas evitar o assunto só aumenta os riscos. O ideal é conversar com carinho, sem julgamento, explicando os perigos, ajudando a conferir extratos, orientando sobre o uso do celular e do cartão, e, se possível, acompanhando presencialmente qualquer operação financeira importante.
Os idosos também devem ser incentivados a aprender sobre finanças de maneira simples. Existem vídeos, cartilhas e cursos gratuitos voltados especificamente para essa faixa etária. Organizar os gastos do mês, entender os descontos do benefício, e saber dizer “não” são habilidades essenciais, e podem ser aprendidas em qualquer idade. Informação é poder, inclusive na terceira idade.
Sendo assim, lembre-se: cuidar das finanças é cuidar da dignidade. Nossos pais e avós já cuidaram tanto de nós agora é hora de retribuirmos, protegendo não apenas a saúde, mas também o patrimônio que eles construíram com tanto esforço. Converse, oriente, acompanhe. Dinheiro bem cuidado na velhice é sinônimo de paz e segurança