Um estudo da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) indica que infecções por dengue, zika e chikungunya durante a gestação aumentam significativamente o risco de complicações no parto e problemas para os recém-nascidos. A pesquisa analisou mais de 6,9 milhões de nascidos vivos no Brasil entre 2015 e 2020 e foi publicada na revista Nature Communications.
Segundo os cientistas do Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (Fiocruz Bahia), a exposição às arboviroses elevou o risco de parto prematuro, baixo peso ao nascer, baixo escore de Apgar e até morte neonatal. Além disso, a dengue mostrou associação com alterações estruturais e funcionais no desenvolvimento fetal, enquanto a zika apresentou efeitos ainda mais graves, incluindo má-formações congênitas com risco mais que dobrado.
Acompanhe nosso 📌 Canal no WhatsApp
“O estudo mostra que não é só a zika que representa ameaça na gravidez. Chikungunya e dengue também trazem riscos graves, como morte neonatal e anomalias congênitas. Essas informações são fundamentais para orientar atenção clínica e políticas de saúde pública”, afirmou o pesquisador Thiago Cerqueira-Silva.
O levantamento aponta que os riscos variam conforme o vírus e o trimestre da gestação, sugerindo que diferentes mecanismos biológicos atuam em cada fase. Isso reforça a necessidade de vigilância e prevenção ao longo de toda a gravidez.
Para reduzir os impactos, o pesquisador defende ampliar a cobertura vacinal contra dengue e incluir a vacinação contra chikungunya no Programa Nacional de Imunizações. Ele também destaca a importância de campanhas educativas, principalmente em comunidades vulneráveis, onde a maior exposição ao mosquito aumenta o risco de infecção e pode agravar os efeitos para mães e filhos.
“Garantir acesso gratuito às vacinas e informar sobre os riscos dessas doenças durante a gestação é essencial para proteger mães e crianças, independentemente da condição socioeconômica”, concluiu Thiago.

 

