25.3 C
Manaus
26/02/2025
Portal Castello Connection
CidadePolícia

Entidade de Direitos Humanos cobra Justiça por indígena espancado até a morte, em Manaus

Tadeo Kulina, de 34 anos, morava na aldeia Foz do Acuraua, em Envira, e desapareceu ao trazer a esposa grávida para Manaus. Ele foi encontrado morto e causa foi espancamento.

Foto: Reprodução

A Frente Amazônica de Mobilização em Defesa dos Direitos Indígenas (FAMDDI) emitiu, nesta semana, um manifesto de repúdio cobrando uma investigação sobre a morte do indígena Tadeo Kulina, de 34 anos, que foi espancado até a morte em Manaus. Ele morava na aldeia Foz do Acuraua, no município de Envira, e desapareceu em Manaus, para onde veio a acompanhar a esposa grávida. 

De acordo com a entidade, o casal, que não conhecia a cidade e compreendia pouco o português, chegou à capital amazonense dia 1º de fevereiro. Sem o devido acompanhamento, segundo afirmou a organização indígena, eles foram encaminhados diretamente para a Maternidade Ana Braga, na Zona Leste da cidade.  

O desaparecimento de Tadeo foi dado no dia 13 de fevereiro. Dias depois, o corpo do indígena foi encontrado no Instituto Médico Legal (IML), tendo como causa da morte espancamento” 

“Seu rosto estava totalmente desfigurado, foi o que soubemos dos próprios parentes e não através dos responsáveis pela saúde indígena daquela calha Juruá, ou da maternidade”, destaca a nota de repúdio, que cobra informações e os responsáveis pelo crime.

Segundo a organização, várias informações estão sendo omitidas e algumas delas estão desencontradas. Até mesmo no Boletim de Ocorrência (B.O), registrado no dia 16 de fevereiro, não teria detalhamentos sobre o caso. A entidade denuncia ainda a falta de cuidados necessários na transferência de indígenas para Manaus ou outra cidade. 

“Nossa indignação maior é que apesar de tudo isso, as assistentes sociais do Dsei Médio Solimões e afluentes passaram no grupo de o WhatsApp do próprio Dsei, que o indígena estava tendo alucinações, dando a entender que a culpa seria do parente, isso é um absurdo”, destaca outro trecho da nota.

Sem informações concretas, a entidade indígena questiona “Quem matou Tadeo Kulina?”. Na nota, a organização também prestou solidariedade ao povo Madiha Kulina e a todos os povos indígenas vítimas de violência.  

“A FAMDDI reivindica que o assassinato de Tadeo Kulina seja devidamente investigado, os responsáveis diretos e por omissão de suas responsabilidades sejam identificados e a Justiça se realize diante da impunidade histórica que marca o ato de justiça sobre crimes cometidos contra os povos indígenas neste país e no Amazonas”, cobrou a entidade.

 

“A cidade de Manaus, onde vive a maior população indígena do Brasil, revela-se hostil e racista para com os indígenas que nela habitam. Minimizar crimes como o de espancamento até à morte de indígenas, arrastar por anos os processos de investigação ou sequer implementá-los compõem o quadro da banalização e da omissão enraizados no e pelo Estado”, completou.  

A entidade afirma também que repudia a ideia propagada de que Tadeo seria culpado por ter sido morto, já que estava tendo “alucinações”, e exigiu respostas esclarecedoras, legais e legítimas sobre a morte do indígena.  

Por meio de nota, a Polícia Civil do Amazonas informou que o caso foi registrado na Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS), mas destacou que “mais informações não podem ser repassadas”. 

*Fonte: Acrítica

 

Relacionados

Aprovados em concurso da PM voltam a cobrar convocação na ALE

Redação

Incêndio em usina de energia deixa cidade sem luz, no interior do Amazonas

Redação

PF desarticula esquema criminoso destinado à aquisição de merenda escolar em Manaus

Redação

Este site usa cookies para melhorar sua experiência. Entendemos que você está de acordo com isso, mas você pode cancelar, se desejar. Aceitar Leia mais