Um tribunal militar de Moscou condenou nesta quinta-feira (17) o ex-tenente-general Vadim Shamarin, ex-vice-chefe do Estado-Maior da Rússia, a sete anos de prisão em uma colônia penal de segurança máxima.
Ele foi acusado de receber subornos no valor de 36 milhões de rublos (cerca de R$ 2,1 milhões) de uma fábrica de equipamentos de comunicação, entre 2019 e 2023, segundo a agência estatal de notícias russa TASS.
Shamarin, que também chefiava a diretoria de comunicações do Estado-Maior, foi preso em maio de 2024, durante uma operação do Kremlin contra a corrupção no Ministério da Defesa.
Segundo o Comitê Investigativo da Rússia, ele aceitou propinas em troca de aumentar o tamanho de contratos estatais para uma empresa de telecomunicações, além de oferecer “patrocínio geral”.
O ex-general se declarou culpado e chegou a um acordo judicial, o que resultou em um julgamento a portas fechadas, sem exame completo das provas, de acordo com a TASS.
Além da pena de prisão, o tribunal confiscou os 36 milhões de rublos (R$ 2,1 milhões) e destituiu Shamarin de sua patente militar. Ele também foi proibido de ocupar cargos públicos por sete anos.
Contexto de repressão à corrupção
O caso de Shamarin faz parte da crise de corrupção que assola o alto escalão militar russo. Além dele, o ex-vice-ministro da Defesa Timur Ivanov e o ex-tenente-general Yuri Kuznetsov também foram presos no último ano.
Os casos de corrupção, os maiores a atingir o exército russo em anos, ocorreram após a substituição do antigo ministro da Defesa, Sergei Shoigu, por Andrei Belousov, em maio de 2024.
Especialistas ouvidos pela agência de notícias Reuters apontam que a campanha anticorrupção reflete uma tentativa do Kremlin de aumentar a eficiência das forças armadas russas.
*Fonte: D24am