O prefeito de Manaus, David Almeida (Avante), encaminhou à Câmara Municipal de Manaus (CMM) um projeto de lei que propõe a criação de um novo bairro na capital amazonense, chamado “Colônia Japonesa”.
A nova área será formada por partes dos bairros Parque 10 de Novembro e Novo Aleixo. A tramitação da proposta teve início na última segunda-feira (20).
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A iniciativa surgiu após um pedido conjunto do Consulado Geral do Japão em Manaus, da Associação Nipo-Brasileira da Amazônia Ocidental (Nippaku) e da REN da Amazônia, composta por empresários locais.
Em março deste ano, essas instituições enviaram um ofício ao prefeito solicitando a criação de um bairro com temática japonesa, como forma de celebrar os 130 anos do Tratado de Amizade entre Brasil e Japão. O documento sugere que o local tenha praças e elementos inspirados na cultura oriental, seguindo o modelo do tradicional bairro da Liberdade, em São Paulo — um dos principais polos turísticos e culturais da capital paulista. As entidades afirmam que o bairro paulistano serviu de inspiração direta para a proposta manauara.
No ofício, as entidades destacam o histórico de laços entre os dois países e o papel da comunidade japonesa no desenvolvimento do Amazonas. Elas recordam que, com a criação da Zona Franca de Manaus, diversas empresas do Japão se instalaram na cidade, atraindo “uma grande quantidade de japoneses” que contribuíram significativamente para o crescimento econômico local. Hoje, segundo as entidades, cerca de 50 mil descendentes de japoneses vivem na capital.
“[Em Manacapuru e Manaus,] os japoneses se dedicaram, principalmente, à produção de hortifruti e granjas, produzindo ovos, frangos, frutas, verduras e legumes que abasteceram e ainda abastecem a cidade de Manaus”, diz trecho do ofício.
Sobre a escolha da área, o documento ressalta que o trecho entre o Parque 10 e o Novo Aleixo possui “forte identidade cultural nipônica”. Na região, há ruas e empreendimentos com nomes que remetem ao Japão, como Rua Kyoto, Rua Monte Fuji, Condomínio Shizen e Centro Comercial Maru Hachi, além do Centro Educacional de Trânsito Honda, que também está localizado no perímetro.
Na justificativa enviada à Câmara, o prefeito David Almeida reforça que a medida não aumentará a densidade urbana, mas apenas reorganizará administrativamente áreas já consolidadas. Segundo ele, “a oficialização do bairro homenageia e preserva a memória de uma das comunidades que mais contribuíram para a formação da identidade urbana, econômica e cultural da capital amazonense”.
Após a aprovação do projeto, as entidades solicitam que o novo bairro receba características visuais japonesas nas principais vias, incluindo luminárias típicas e uma praça central, reforçando o vínculo cultural e histórico entre Manaus e o Japão.